Fluxo Global Impulsiona Ibovespa em 2025
Apesar do ambiente de juros elevados no Brasil, o desempenho do Ibovespa em 2025 tem surpreendido investidores ao superar diversas classes de ativos. De acordo com analistas, esse movimento não ocorre por acaso e está ligado a fatores estruturais e ao fluxo global de capitais.
O economista, analista, trader e influenciador da Clear Corretora, Rafael Perretti, explica que o Ibovespa passou anos andando de lado após a recuperação pós-pandemia, o que deixou os preços bastante descontados em relação a outros ativos. Além disso, esse cenário abriu espaço para um movimento global de realocação de capital, favorecendo mercados emergentes com juros elevados.
Fatores que Influenciam o Desempenho do Ibovespa
- Fluxo Estrangeiro: O ingresso de capital estrangeiro é um dos principais fatores que impulsionam o Ibovespa. O analista observa que esse fluxo não é exclusivo do Brasil e ocorre em diversas economias emergentes.
- Perspectiva Monetária: A expectativa de início do ciclo de cortes de juros em 2026 é um vetor adicional de otimismo para a Bolsa. O patamar atual da Selic é historicamente elevado, mas o mercado já começa a precificar um cenário mais favorável adiante.
- Comportamento Técnico: O Ibovespa acumulou uma sequência expressiva de rompimentos de máximas históricas, algo que não era visto desde ciclos anteriores de alta. Esse padrão reforça a leitura de que o mercado pode estar inserido em um movimento estrutural mais amplo.
Perretti adota uma postura mais cautelosa no curto prazo, pois após uma valorização intensa nos últimos meses, o mercado pode precisar de ajustes técnicos antes de retomar o movimento. No entanto, quando o horizonte se alonga, o economista mantém uma visão otimista, principalmente pautada no cenário de corte de juros e melhora gradual das condições macroeconômicas.
O analista destaca que o otimismo não é incondicional e que dois fatores exigem atenção constante dos investidores: a corrida eleitoral de 2026 e o nível de endividamento público. Além disso, Perretti chama atenção para a assimetria entre grandes empresas e companhias menores, onde as small caps ainda seguem bem abaixo de suas máximas históricas.
Por fim, o setor educacional é apontado como uma aposta mais agressiva para o médio prazo, devido ao controle financeiro e à perspectiva de queda da Selic, o que pode apresentar melhora relevante nos resultados de algumas empresas.
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