Operação Contra Sonegação de ICMS: Marcos Valério é o Principal Alvo
O publicitário Marcos Valério, condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal por sua participação no esquema do Mensalão, é o principal alvo de uma operação conjunta do Ministério Público, da Receita Federal e das polícias de Minas Gerais. A operação, batizada de Ambiente 186, visa desmantelar um esquema de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo atacadistas e empresas do setor varejista no estado.
Valério é apontado como um dos articuladores do grupo que teria desviado mais de R$ 215 milhões em tributos ao longo dos anos. A operação investiga empresas e empresários suspeitos de integrar o esquema em cidades da Grande Belo Horizonte e do Centro-Oeste mineiro.
Entre as empresas e supermercados investigados está a rede Coelho Diniz, que atua no Leste de Minas e possui ações do Grupo Pão de Açúcar. A defesa de Marcos Valério informou que não obteve acesso ao processo, enquanto o grupo Coelho Diniz foi questionado sobre as investigações, mas ainda não respondeu.
Investigações e Apuração
As investigações, conduzidas ao longo de mais de 18 meses, revelaram um esquema complexo de fraude fiscal, no qual empresários dos setores atacadista e varejista criaram empresas de fachada para simular operações interestaduais e suprimir o pagamento do ICMS próprio e do ICMS devido por substituição tributária.
O esquema reduzia artificialmente o custo das mercadorias, ampliando os ganhos ilícitos dos grupos envolvidos. Dessa forma, a organização criminosa se apropriava indevidamente do imposto, convertendo esses valores em benefício patrimonial próprio.
Foram apreendidos celulares, aparelhos eletrônicos, documentos e veículos de luxo utilizados pela organização para lavagem de dinheiro. O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos também obteve a indisponibilidade de bens dos investigados no valor de R$ 476 milhões.
Quem é Marcos Valério
Marcos Valério, empresário e publicitário, foi condenado em dezembro de 2012 a uma pena de 40 anos de prisão nas investigações do Mensalão. Ele foi condenado pelos crimes de corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha.
Posteriormente, a pena foi convertida para prisão domiciliar, modalidade que cumpre desde então em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte.
- Operação Ambiente 186: investiga esquema de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
- Marcos Valério: condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal por sua participação no esquema do Mensalão.
- Empresas investigadas: rede Coelho Diniz, Grupo Pão de Açúcar, entre outras.
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