bukib
0 bukibs
Columbus, Ohio
Hora local: 01:05
Temperatura: 6.5°C
Probabilidade de chuva: 0%

Como o Cérebro Avalia a Comida

O processo de avaliação de alimentos pelo cérebro humano é mais complexo do que se imaginava. Estudos anteriores sugeriam que o cérebro avaliava os alimentos em sequência, começando com atributos imediatamente gratificantes, como o sabor, e seguido por considerações mais abstratas, como o valor nutricional. No entanto, um novo estudo publicado na revista científica Appetite desafia essa linha do tempo.

Os pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, utilizaram eletroencefalografia (EEG) para medir a atividade cerebral com precisão de milissegundos. Eles descobriram que as informações sobre saúde aparecem em sinais cerebrais cerca de 195 milissegundos após as pessoas vislumbrarem a comida, com pico de atividade em torno de 200 a 227 milissegundos. Isso sugere que o cérebro processa informações relacionadas à saúde com a mesma rapidez que informações relacionadas ao sabor.

Métodos de Pesquisa

A equipe de pesquisa liderada por Violet Chae utilizou uma combinação de dados de imagens cerebrais de 110 participantes com avaliações detalhadas dos alimentos de outros 421. Os participantes usaram toucas com 64 eletrodos que detectavam sinais elétricos enquanto visualizavam imagens de alimentos em uma tela. Cada imagem aparecia por dois segundos, seguida de uma mensagem que perguntava “Saudável?”, “Saboroso?” ou “Gosta de comer?”

Os pesquisadores também utilizaram uma amostra separada de 421 participantes para classificar um subconjunto de 40 imagens em 12 atributos, incluindo propriedades nutricionais, hedônicas e familiaridade. A seleção dos alimentos foi estratégica, incluindo imagens padrão de frutas, vegetais e salgadinhos, além de 29 imagens adicionais escolhidas por serem menos apetitosas e familiares.

Resultados

Os resultados mostraram que as avaliações individuais de sabor e disposição para comer apresentaram atividade sustentada a partir de apenas 654-670 milissegundos, sem o pico inicial observado em outros atributos. A janela inicial provavelmente reflete a captura de atenção, preparando o cenário para uma avaliação mais detalhada. A atividade posterior e sustentada corresponde a uma avaliação mais profunda, na qual o cérebro avalia múltiplos atributos antes de integrar as informações a uma decisão.

Os pesquisadores encontraram duas dimensões amplas que capturaram 85,5% da variação total na forma como as pessoas avaliam os alimentos. A primeira dimensão, “quão apetitoso” o alimento, carregou fortemente em sabor, vontade de comer, valência positiva e todas as três medidas de familiaridade. A segunda dimensão, “quão processado” o alimento é, teve um impacto positivo no conteúdo calórico, nível de transformação e excitação, e negativo na salubridade.

Esses resultados contradizem a noção popular de que somos programados para priorizar a gratificação imediata em detrimento da saúde a longo prazo. Em vez disso, o que determina nossas escolhas não é se temos acesso a informações sobre saúde com rapidez suficiente, mas quanto peso atribuímos a elas quando atributos concorrentes puxam em direções diferentes.

  • As informações sobre saúde são processadas com a mesma rapidez que informações relacionadas ao sabor.
  • A avaliação do cérebro é influenciada por múltiplos atributos, incluindo propriedades nutricionais, hedônicas e familiaridade.
  • A velocidade com que as informações sobre salubridade são registradas não é o fator determinante nas nossas escolhas.

Este conteúdo pode conter links de compra.

Fonte: link