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Ouro atinge marco histórico
O ouro à vista ultrapassou US$ 4.000 por onça pela primeira vez na história, impulsionado por preocupações sobre a economia dos Estados Unidos e o risco de paralisação do governo. Esse marco histórico é resultado de uma forte disparada do metal, que acumula retornos superiores aos das ações neste século.
Os principais fatores que contribuíram para essa alta incluem incertezas sobre o comércio global, a independência do Federal Reserve e a estabilidade fiscal dos EUA. Além disso, tensões geopolíticas aumentaram a demanda por ativos de proteção, enquanto bancos centrais mantêm o ritmo elevado de compras.
Investidores buscam proteção
Investidores estão buscando proteção contra choques de mercado após o impasse no orçamento em Washington. O início do ciclo de cortes de juros pelo Fed também favoreceu o ouro, que não rende juros. Como resultado, investidores responderam despejando recursos em fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro, que tiveram o maior fluxo mensal em mais de três anos, em setembro.
De acordo com Charu Chanana, estrategista da Saxo Capital Markets, “o ouro romper os US$ 4.000 não é apenas um movimento de medo — é de realocação”. Isso ocorre porque os dados econômicos estão em pausa e cortes de juros à vista, o que faz com que os rendimentos reais caiam, enquanto as ações ligadas à inteligência artificial parecem esticadas.
Previsões para o futuro
Analistas do Macquarie Bank esperam que o ouro atinja um pico cíclico quando houver maior preocupação do mercado sobre a independência do Fed. Além disso, Stephen Miller, assessor de estratégia da GSFM, prevê preços em torno de US$ 4.500 até meados do próximo ano, destacando as qualidades de diversificação do ouro.
- Os bancos centrais têm sido um dos principais motores da disparada, passando de vendedores líquidos para compradores líquidos após a crise financeira global.
- A inflação e o temor de que o governo americano trate credores estrangeiros de forma desfavorável também reforçaram o apelo do ouro.
- Segundo Lina Thomas, estrategista de commodities do Goldman Sachs, o aumento das compras oficiais representa “uma mudança estrutural no comportamento de gestão de reservas”, e não deve se reverter tão cedo.
O ouro superou US$ 4.000 em meio ao ataque do presidente Donald Trump ao Fed, com ameaças ao presidente do banco central, Jerome Powell, e tentativas de afastar a diretora Lisa Cook. Um Fed mais flexível, disposto a cortar juros e aceitar inflação mais alta, poderia criar um cenário “ideal” para o ouro.
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