Empresários veem com expectativa mudanças no vale-alimentação
Pequenos e médios empresários do setor de alimentação receberam com expectativa e cautela o decreto que moderniza o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida limita as taxas cobradas pelas operadoras de vale-alimentação e refeição, prevê interoperabilidade entre bandeiras e amplia a concorrência no setor.
Os empresários ouvidos pela Agência Brasil consideram que a medida pode representar redução de custos e maior liberdade de escolha nas bandeiras aceitas. No entanto, parte deles se mostra cética quanto aos resultados imediatos, temendo que as operadoras busquem compensar a limitação de taxas com a criação ou o aumento de outros tipos de cobrança.
Custos e expectativas
Os empresários pagam taxas que variam de 3,5% a 9% sobre as vendas com vale-refeição. Eles consideram que a redução das taxas pode ser positiva, desde que efetiva. Alguns deles oferecem desconto para clientes que pagam em dinheiro ou Pix, como forma de reduzir os custos com as operadoras.
- Edmílson Martins Rocha, do restaurante Sol Gastronomia, paga cerca de 6% de taxa sobre as vendas com vale-refeição e oferece desconto de 5% para clientes que pagam em dinheiro ou Pix.
- Weksson Araújo, da doceria Gulosinho, aderiu a apenas três bandeiras, por considerar as demais muito onerosas.
- Sérvulo Júnior, da padaria Araucária, paga taxas entre 3,5% e 9% e considera a iniciativa promissora, mas ressalta que ainda é cedo para avaliar os efeitos.
Setor dividido
A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) criticou o decreto, afirmando que o novo modelo “deve enfraquecer a fiscalização e favorecer o desvio de finalidade da verba alimentar”. Já a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) elogiou as mudanças, afirmando que o decreto “dá novo fôlego” ao PAT.
A expectativa é que o teto de 3,5% nas taxas de desconto e a interoperabilidade das bandeiras permitam que estabelecimentos e trabalhadores tenham mais opções e custos menores nas transações. O governo estima que a economia média pode chegar a R$ 225 por trabalhador ao ano, com a redução de custos e maior competitividade entre as empresas operadoras dos benefícios.
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