Decisão da Taxa Selic: O que Esperar da Última Reunião do Ano do Copom
A última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) é aguardada com grande expectativa, especialmente em relação à decisão sobre a Taxa Selic. Com a inflação desacelerando, mas ainda com pressões em alguns preços, como energia e alimentos, os analistas de mercado acreditam que a taxa básica de juros será mantida no maior nível em quase 20 anos, atualmente em 15% ao ano.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. Quando a taxa básica de juros é aumentada, o objetivo é conter a demanda aquecida e, consequentemente, controlar a inflação. No entanto, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia, pois encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já a redução da Selic tende a tornar o crédito mais barato, incentivando a produção e o consumo, o que pode estimular a atividade econômica.
O Cenário Atual e as Expectativas
O cenário atual continua marcado por elevada incerteza, o que exige cautela na condução da política monetária. A prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), ficou em apenas 0,2% em outubro e acumula 4,5% em 12 meses, tendo voltado para o teto da meta. A estimativa de inflação para este ano caiu para 4,4%, contra 4,55% há quatro semanas, representando uma inflação pouco abaixo do teto da meta contínua estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto.
Os analistas de mercado acreditam que a taxa Selic será mantida em 15% ao ano até o fim deste ano ou início de 2026, com a divergência agora estando no momento do próximo ano em que os juros começarão a cair. A decisão sobre a Taxa Selic será anunciada no início da noite desta quarta-feira, após a reunião do Copom.
Meta Contínua e o Sistema de Política Monetária
Pelo sistema de meta contínua em vigor desde janeiro deste ano, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. No modelo de meta contínua, a meta passa a ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Essa abordagem permite uma avaliação mais dinâmica e contínua da inflação, ajustando as políticas monetárias de acordo com as necessidades atuais da economia.
Em resumo, a última reunião do ano do Copom é crucial para a definição da política monetária e do rumo da economia nos próximos meses. A manutenção da Taxa Selic em 15% ao ano reflete a cautela do Banco Central em face da incerteza econômica e da necessidade de controlar a inflação, enquanto se busca um equilíbrio para não prejudicar a atividade econômica.
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