Entendendo a “Depressão de Natal”
O mês de dezembro é tradicionalmente associado a festividades, encontros familiares e um clima de alegria. No entanto, para muitas pessoas, essa época do ano pode ser difícil de atravessar devido à carga emocional que carrega. Especialistas em psicologia e psiquiatria apontam que a combinação de fatores como a pressa para dar conta de todas as demandas antes do réveillon, o balanço das frustrações ao longo do ano e a proximidade de conflitos com a família e separações pode levar a sentimentos de tristeza, tensão e ansiedade.
Além disso, a “datação simbólica” do Natal pode reavivar conflitos “arqueológicos” e guardar dores. A tradição de comemorar com a família pode ser particularmente desafiadora para aqueles que estão lidando com perdas ou lutos. O psicanalista Christian Dunker destaca que o encerramento de ciclo promovido pelo Natal pode convocar uma espécie de aproximação dos nossos conflitos, pendências e dívidas, não apenas com os outros, mas também conosco mesmos.
Lidando com a Tristeza no Natal
Para lidar com esses sentimentos, é importante reconhecer que não existe um ideal de vida e mundo que devemos seguir. A psiquiatra Tânia Ferraz sugere que as pessoas começam a comer mal, faltam na atividade física e o sono também é impactado devido à sobrecarga de demandas familiares e confraternizações. Além disso, as redes sociais podem exacerbaram a sensação de inadequação e tristeza.
Um sinal de alerta é quando começamos a sentir raiva da felicidade alheia ou quando pensamentos de que a vida não faz sentido se tornam frequentes. Nesses casos, é importante buscar ajuda profissional. A dica de Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do serviço de psiquiatria do Hospital Oswaldo Cruz, é sair das redes sociais e reconhecer que as famílias e relações têm tensões e problemas.
Encontrar a própria comunidade, para além das demandas familiares, também pode ser uma saída. Ilana Pinsky, psicóloga clínica, sugere que podemos encontrar nossas alternativas e cultivar nossos laços de amizade. É uma chance para reconectar com pessoas que amamos e que queremos perto, independentemente de serem familiares ou não.
- Reconheça que não existe um ideal de vida e mundo que devemos seguir.
- Saia das redes sociais e evite comparações.
- Encontre sua própria comunidade e cultive laços de amizade.
- Busque ajuda profissional se necessário.
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