Investigação de Manipulação nas Ações da Ambipar
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está avançando em sua investigação sobre a denúncia de manipulação nos preços das ações da Ambipar (AMBP3), uma companhia que está em recuperação judicial. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a CVM tem intensificado em sigilo a apuração de possíveis irregularidades que teriam provocado uma alta de mais de 800% nos papéis.
A investigação já passou pela Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários, responsável por fiscalizar e regular o mercado de capitais, e agora está na Superintendência de Processos Sancionadores. Essa instância da CVM decidiu pela necessidade de aprofundar as investigações e instaurar um inquérito administrativo.
Desenvolvimentos na Investigação
Vários profissionais que atuam em corretoras e gestoras na área de trade, responsável pela compra e venda de ações, já foram convocados e ouvidos. O Banco Master e os executivos Nelson Tanure e Tércio Borlenghi sempre negaram que tivessem atuado em conjunto ou que teriam participado de operação com o objetivo de elevar a cotação das ações da Ambipar.
Além disso, foi criado o fundo Phoenix FIP, um veículo de investimento de Nelson Tanure, que arrematou a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) em uma privatização do governo de São Paulo. Para financiar a operação de compra das ações, a Phoenix SA, controlada pelo fundo Phoenix FIP, emitiu debêntures, que foram subscritos por um fundo exclusivo do Banco Master.
Garantias e Fiadores
Como garantia das debêntures, foram oferecidas ações da Emae e também da Ambipar, que pertenciam a Borlenghi (o controlador da companhia) e ao fundo Esna, gerido pela Trustee, ligada ao Master. Além disso, Borlenghi e Tanure figuraram como fiadores das debêntures.
Entre junho a agosto do mesmo ano, o controlador da Ambipar e o Esna, em conjunto com dois outros fundos, Kyra FIA e Texas FIA (também da Trustee), iniciaram um processo de compra de ações, que turbinaram o valor do papel.
Em setembro, o fundo Ilha de Patmos FIM, outro veículo de investimentos de Tanure, virou cotista do Esna, substituindo o Banco Master. E a totalidade das cotas do Esna detidas pelo fundo Ilha de Patmos foi integralizada no fundo Phoenix — que havia feito a aquisição da Emae.
Segundo o site Seu Dinheiro, a CVM abriu um processo de sanção no qual acusa Tercio Borlenghi Junior e mais quatro diretores da companhia por terem, durante recompra de ações, ultrapassado o limite de 10% das ações da companhia em circulação no mercado.
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