BC vê juros restritivos por tempo prolongado, diz Galípolo
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a dispersão da inflação tem recuado após atingir nível “bastante elevado” em abril. No entanto, esse processo tem se concentrado nos preços de bens, com a inflação de serviços seguindo em nível incompatível com a meta.
Falando em evento da Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, ele destacou que as expectativas do mercado apontam para uma inflação acima da meta até 2028, segundo o relatório Focus, um indicativo “bastante incômodo” para o Banco Central.
Galípolo reiterou que o Banco Central persegue o centro da meta de 3% e que a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual é apenas para absorver choques. Além disso, ele vislumbra a manutenção da taxa de juros em patamar restritivo por período prolongado.
Ele citou o déficit crescente das transações correntes e pontuou que a série histórica sugere que o Brasil possa estar “para lá do pleno emprego”. Segundo ele, para que o país siga crescendo, sem que haja pressão inflacionária, será importante ter um aumento da produtividade.
Os principais pontos destacados por Galípolo incluem:
- A inflação de serviços segue em nível incompatível com a meta;
- As expectativas do mercado apontam para uma inflação acima da meta até 2028;
- O Banco Central persegue o centro da meta de 3%;
- A taxa de juros deve ser mantida em patamar restritivo por período prolongado.
Em sua última reunião de política monetária, em meados de setembro, o Banco Central manteve a taxa Selic em 15% e disse ter entrado em novo estágio da política monetária que prevê juros inalterados por longo período para buscar o cumprimento da meta de inflação.
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