As ações com retorno em dividendos acima da taxa Selic
Com a decisão do Comitê de Política Monetária de manter a taxa de juros básica Selic em 15%, as aplicações de renda fixa devem continuar se destacando. No entanto, é interessante olhar para as ações, pois algumas conseguiram dar ao investidor um retorno em dividendos superior aos juros em 12 meses.
De acordo com dados da Economática, há empresas de diversos setores e portes que pagaram em 12 meses até o início deste mês dividendos e juros sobre o capital equivalentes a até 60% do valor das ações. Algumas dessas empresas incluem:
- Syn Prop Tec (ONSYNE3) com um dividend yield de 24,1%
- Sao Carlos (ONSCAR3) com um dividend yield de 5,8%
- Allied (ONALLD3) com um dividend yield de 3,5%
- Vulcabras (ONVULC3) com um dividend yield de 3,0%
- Marfrig (ONMBRF3) com um dividend yield de 2,7%
Segundo Rodrigo Santoro, Head de Ações da Bradesco Asset, deve haver um movimento grande de pagamento de dividendos extraordinários até o fim do ano, devido à mudança da tributação sobre a distribuição de lucros que começa a valer no ano que vem.
Ele estima que o dividendo médio das empresas do Índice Bovespa deve subir para 7% a 8%, ante 6,5% projetados para o ano que vem. Além disso, Santoro considera que a base de comparação do retorno em dividendos deveria ser o juro real, e não a taxa nominal da Selic.
Para Bruna Sene, analista de Renda Variável da Rico Investimentos, é possível obter retornos em dividendos acima de 15% ao ano, mas com ressalvas importantes. Ela destaca a importância de olhar o retorno total, incluindo dividendos e valorização ou desvalorização da ação.
Em resumo, com a Selic em 15%, dividendos precisam “competir” com a renda fixa, então a palavra-chave é seletividade. A estratégia de dividendos segue válida para quem busca renda recorrente, quer exposição a empresas sólidas e tem horizonte para atravessar oscilações.
Além disso, o investidor que diversifica entre renda fixa e variável consegue aproveitar oportunidades sem abrir mão da segurança. Segundo Ricardo França, analista de Investimentos da Ágora Corretora, os investimentos responderão à medida que os juros confirmarem a queda.
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