Consolidação do Mercado de Gestão de Recursos no Brasil

A indústria brasileira de gestão de recursos está passando por um período de consolidação e mudanças profundas. De acordo com Gustavo Pires, sócio da XP Inc. e CEO interino da XP Asset, esse ambiente tem favorecido gestoras mais estruturadas, com capacidade de diversificar estratégias e manter captação constante mesmo em ciclos adversos.

O Brasil abriga uma das dez maiores indústrias do mundo, com R$ 10 trilhões sob gestão e mais de 32 mil fundos registrados. No entanto, o ritmo de crescimento desacelerou, com um aumento de 9,5% ao ano nos últimos sete anos, abaixo dos 12% a 14% observados na década anterior.

Migração para Ativos Isentos

A migração para ativos isentos redesenhou o mercado. Em sete anos, o estoque de debêntures incentivadas, CRIs, CRAs, LCIs e LCAs saltou de R$ 100 bilhões para R$ 1,6 trilhão. Isso reduziu a atratividade dos fundos tradicionais e levou a uma concentração de alocação em ativos isentos.

Os multimercados e fundos de ações sofreram R$ 200 bilhões em resgates, enquanto a renda fixa captou quase R$ 300 bilhões. A pressão sobre margens e captação acelerou a consolidação, com algumas casas encolhendo drasticamente, outras se fundindo e várias migrando para estruturas mais próximas de family offices.

Expansão para Ativos Alternativos

Ao mesmo tempo, ocorreu uma expansão para ativos alternativos. Gestoras antes focadas em ações e macro passaram a atuar em real estate, infraestrutura, private equity, venture capital e special situations. A XP Asset acelerou com a entrada em alternativas como crédito estruturado, infraestrutura, imobiliário, agro, private equity e venture capital.

As estratégias alternativas cresceram a ponto de representar 60% do lucro operacional da XP Asset, veículos marcados por estabilidade, prazos longos e menor volatilidade de captação. Isso demonstra a importância de diversificar estratégias e investir em ativos alternativos para manter a competitividade no mercado.

• A indústria de gestão de recursos no Brasil está passando por um período de consolidação e mudanças profundas.
• A migração para ativos isentos redesenhou o mercado e reduziu a atratividade dos fundos tradicionais.
• A expansão para ativos alternativos é uma estratégia importante para manter a competitividade no mercado.

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