Governo vê cenário diferente para indicação de Messias ao STF após votação de Gonet
O Palácio do Planalto não vê o mesmo cenário de dificuldade para Jorge Messias na hipótese de sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) ser feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a votação apertada no Senado para a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Gonet foi reconduzido por 45 votos a 26, placar mais apertado desde a redemocratização. Agora, Lula faz cálculos políticos para assegurar uma aprovação sem sustos na Casa do seu indicado ao STF.
De acordo com ministros do entorno presidencial, o advogado-geral da União, Jorge Messias, se mantém como o nome favorito de Lula. No entanto, resistências a Messias no Senado são de outra natureza, com o nome preferido da maioria dos parlamentares sendo Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já presidiu a Casa por dois mandatos.
As razões para a resistência a Messias são diferentes das que foram apresentadas contra Gonet, que foi criticado por sua conduta na denúncia do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo da trama golpista. Em relação a Gonet, o pedido pela condenção de Bolsonaro resultou no maior índice de rejeição já registrado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O entorno presidencial avalia que no cenário em que Lula decida por Jorge Messias, o advogado-geral da União será avaliado pela sua trajetória profissional, ligação com governo e o PT, sem ter o mesmo passivo de Gonet com a ala bolsonarista.
O Planalto também pontua que, no momento em que ele for indicado por Lula, a disputa de Messias com outros cotados, como o próprio Pacheco e Bruno Dantas, deixa de existir e caberá a ele articular sua aprovação na Casa.
Para ser aprovado, o indicado por Lula ao STF precisa ser sabatinado pela CCJ e passar por votação no plenário no Senado, onde precisa ter 41 votos para ser aprovado.
Embora Jorge Messias siga como favorito à vaga, o senador Rodrigo Pacheco e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, ainda não jogaram a toalha na disputa.
Os principais pontos a serem considerados são:
- Avaliação da trajetória profissional de Messias
- Ligação com o governo e o PT
- Articulação para aprovação na Casa
- Concorrência com outros cotados, como Pacheco e Dantas
Com esses fatores em mente, o governo está confiante de que o cenário para a indicação de Messias ao STF será diferente do que foi para Gonet.
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