Mercado Brasileiro e o Tom Duro do Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, como era esperado. No entanto, o tom do comunicado que se seguiu à decisão foi mais duro do que o esperado, indicando uma manutenção da taxa nesse nível por um período prolongado para atingir a meta de inflação.

Essa decisão trouxe uma expectativa de “ressaca” para a Bolsa e para a curva de juros brasileiras na sessão da próxima quinta-feira. Os analistas acreditam que o mercado já havia incorporado a expectativa de um ciclo de cortes na Selic, o que não aconteceu.

Análise dos Especialistas

Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, destacou que o comunicado do Copom sinaliza que a política monetária continuará em um patamar significativamente contracionista por um período prolongado. Isso indica que a taxa Selic permanecerá alta nos próximos meses.

• Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa macroeconômica do Banco Pine, afirmou que o comunicado elimina as chances de cortes na Selic em dezembro.
• A XP acredita que a decisão está em consonância com seu cenário base, segundo o qual a taxa Selic atingirá 12,00% no próximo ano, após seis cortes consecutivos de 50 pontos-base a partir de março do ano que vem.

A política fiscal expansionista e as incertezas globais podem pressionar a demanda interna, o déficit em conta corrente e a inflação ao longo de 2026, limitando o espaço para afrouxamento monetário no próximo ano.

Impacto no Mercado

O Ibovespa saltou 1,72% e fechou na sua 11ª alta seguida, superando os 153 mil pontos em novas máximas históricas, com a expectativa de que o Copom pudesse sinalizar o início do ciclo de cortes na Selic, o que não aconteceu.

A decisão do Copom também tem implicações para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está ansioso para saber quando a taxa Selic poderá ser cortada, especialmente às vésperas de um ano eleitoral.

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