Operação Policial no Rio de Janeiro: Moraes Exige Explicações
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, forneça informações detalhadas sobre a operação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 119 mortos. Essa operação é considerada a mais letal da história do estado.
A decisão de Moraes foi tomada no âmbito da ADPF 635, conhecida como a ADPF das Favelas, que trata da letalidade policial no Rio de Janeiro. O STF já havia julgado parcialmente procedente a ação, reconhecendo parte do plano estadual de redução da letalidade policial, mas impôs uma série de medidas estruturais e permanentes ao governo fluminense.
Exigências do Ministro Moraes
Entre as exigências feitas por Moraes estão:
- Relatório circunstanciado da operação;
- Justificativa formal para o grau de força empregado;
- Identificação das forças envolvidas, número de agentes, armamentos utilizados e vítimas;
- Uso de câmeras corporais e em viaturas;
- Preservação de vestígios e atuação da polícia técnico-científica;
- Comunicação imediata ao Ministério Público;
- Medidas de responsabilização por abusos e assistência às vítimas;
- Justificativas para ações em horários escolares e uso de escolas ou unidades de saúde como base operacional.
Além disso, Moraes determinou a realização de audiências no dia 3 de novembro, com a presença de autoridades estaduais, incluindo o governador, o secretário de Segurança Pública, os comandantes das polícias Civil e Militar, e representantes do Judiciário e da Defensoria Pública.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) também solicitaram esclarecimentos sobre a operação policial. A PGR reiterou os pedidos de informações feitos pelo grupo de trabalho do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), criado para acompanhar o cumprimento das determinações da ADPF das Favelas.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) enviou um ofício ao governador do Rio de Janeiro, solicitando esclarecimentos sobre a operação policial e expressando preocupação com as evidências de alta letalidade e possíveis violações a tratados internacionais de direitos humanos e a preceitos constitucionais.
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