Desembargador pediu a Bacellar ingressos para jogo do Flamengo: ‘Darei um jeito’
A Polícia Federal apontou uma relação de “estreita” amizade entre o desembargador Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), e o deputado estadual Rodrigo Bacellar (União), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio.
Como prova, a PF cita uma conversa interceptada em que o magistrado pede ingressos para o jogo do Flamengo contra o Ceará, realizado em novembro deste ano pelo Brasileirão. Bacellar respondeu que iria fazer de tudo para atender ao pedido, dizendo “Nem que eu arrebente o portão darei um jeito. Tenho juízo, meu padrinho”.
Além disso, a PF também identificou que a estreita relação entre os dois tem impacto relevante no prosseguimento das investigações policiais em face das organizações criminosas, demonstrando a prática delitiva de obstrução de justiça.
Investigação
O desembargador e o deputado são investigados pela PF por supostamente vazar informações sigilosas de uma investigação em curso contra o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias.
A defesa do magistrado diz que o encontro entre o desembargador e Bacellar não ocorreu, e que as câmeras de gravação do restaurante devem demonstrar.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito na Corte, escreveu que a relação entre os dois tem impacto relevante no prosseguimento das investigações policiais em face das organizações criminosas, demonstrando a prática delitiva de obstrução de justiça.
Consequências
Por ordem de Moraes, o desembargador foi detido preventivamente. Ele era o relator do inquérito do TH Joias no TRF2 até que o caso subiu para o Supremo.
Na primeira fase da operação, ocorrida no início de dezembro, Bacellar foi preso e afastado do comando da Alerj. Depois, ele foi solto por decisão da Assembleia, que revogou o mandado de prisão expedido pelo ministro do Supremo.
- O desembargador pediu ingressos para o jogo do Flamengo contra o Ceará.
- Bacellar respondeu que iria fazer de tudo para atender ao pedido.
- A PF identificou uma relação de “estreita” amizade entre os dois.
A defesa do desembargador afirmou que Moraes “foi induzido a erro ao determinar a medida extrema” e que “a defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”.
Este conteúdo pode conter links de compra.
Fonte: link