O Itaú BBA iniciou a cobertura das operadoras Vivo (VIVT3) e TIM Brasil (TIMS3) com recomendação neutra e preços-alvo de R$ 35,50 e R$ 24,00, respectivamente. O banco afirmou que prefere aguardar pontos de entrada mais atrativos, já que os papéis acumulam altas de 43% e 57% no ano e são negociados com dividend yields (dividendo em relação ao preço da ação) projetados de 7,8% e 8,4% para 2026 — abaixo do retorno oferecido por diversos ativos de renda fixa.
Para analistas, os vetores que impulsionaram a valorização das ações já estão refletidos nos preços. Ainda assim, esses fatores, que vêm impulsionando a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a expansão dos retornos da Vivo e da TIM, tendem a se manter nos próximos anos, o que aponta para uma demanda estrutural mais forte por parte dos investidores.
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Olhando para 2026, o BBA projeta que a Vivo registre fluxo de caixa livre de R$ 11,8 bilhões, alta de 21% em relação ao ano anterior, com dividend yield de 7,8%, impulsionada por vendas de ativos no valor de R$ 1,6 bilhão. A TIM, por sua vez, deve alcançar FCF de R$ 6,4 bilhões, crescimento de 9% ano a ano, e dividend yield de 8,4%.
No longo prazo, a expectativa é que ambas continuem entregando ganhos de caixa, embora a taxa interna de retorno real (TIR) estimada seja de 9,8% para a Vivo e 9,1% para a TIM — abaixo dos retornos de dois dígitos oferecidos por outros proxies de renda fixa.
O banco ressaltou que os dividend yields atuais de Vivo e TIM estão alinhados com a média global das teles, já ajustada pelo câmbio, o que reduz a urgência de entrada nas ações. Além disso, apontou risco de desaceleração no crescimento dos serviços móveis no segundo semestre de 2025, com estimativas de lucro líquido 3,4% e 3,5% abaixo do consenso para Vivo e TIM, respectivamente. A crescente demanda de investidores por ações de maior risco (high beta) também pode provocar uma rotação de value para growth nos próximos 12 meses, reforçando a expectativa de melhores pontos de entrada no futuro.
Entre os mitos do setor, o Itaú BBA destacou que as receitas móveis da Vivo e da TIM têm superado PIB e inflação desde 2020, com crescimento médio anual de 9% e 8%, respectivamente, impulsionadas pela consolidação de mercado com a saída da Oi Móvel e posterior aquisição de seus ativos. O setor, agora mais próximo ao padrão global, passou a operar com disciplina de preços e novas avenidas de crescimento, como fibra (FTTH), serviços B2B, internet das coisas (IoT) e até potenciais oportunidades futuras ligadas à inteligência artificial.
O banco também ressaltou que existem oportunidades de monetização relevantes, com maior poder de precificação gerado pelo 5G, a migração de clientes para planos controle e pós-pagos, que beneficiam especialmente a TIM, e estratégias de bundling e parcerias com serviços OTT, como no caso do Vivo Total.
Por fim, destacou que a intensidade de investimentos (capex) do setor vem caindo em relação às receitas, saindo de mais de 20% há cinco anos para a faixa dos “meados de 10%”, reflexo da implantação de FTTH, da expansão do 5G, de mudanças regulatórias e do compartilhamento de redes. Mesmo assim, os aportes devem continuar, considerando as exigências técnicas do 5G, enquanto os pagamentos de arrendamento (leases) podem ganhar peso sobre a receita no futuro.
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