Eleições Legislativas na Argentina: Um Recorde de Abstenção
As eleições legislativas realizadas na Argentina no domingo, 26, registraram o menor comparecimento popular desde o retorno da democracia em 1983. De acordo com a Câmara Nacional Eleitoral (CNE), apenas 66% dos eleitores argentinos compareceram às urnas, apesar de o voto ser obrigatório no país.
Esse índice é 15 pontos percentuais menor que a média histórica, que gira em torno de 81%, e confirma uma tendência de cansaço político e desconfiança institucional observada nos últimos pleitos. O país foi às urnas para renovar 127 das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados e 24 das 72 vagas do Senado.
Um Pleito Marcado pela Abstenção
A taxa de participação ficou abaixo dos 71,7% registrados em 2021, durante a pandemia de Covid-19, e foi ainda menor que os 72,4% das legislativas de 2001, realizadas em meio à grave crise econômica e institucional que levou à queda do então presidente Fernando de la Rúa.
Segundo o relatório final da CNE, um terço dos argentinos habilitados para votar optou por não ir às urnas, configurando o maior absenteísmo desde a redemocratização. Isso pode ser visto como um sinal de descontentamento com a política e as instituições do país.
Um Referendo sobre o Governo de Javier Milei
O pleito funciona, na prática, como um referendo sobre os dois primeiros anos de governo de Javier Milei (La Libertad Avanza). O presidente tenta ampliar sua base no Congresso para aprovar reformas econômicas e privatizações que sustentam sua agenda liberal.
Desde que assumiu a Casa Rosada, em dezembro de 2023, Milei governa com menos de 40 deputados e 7 senadores, o que o obriga a negociar com partidos provinciais e setores do peronismo moderado. Com as novas vagas em disputa, o libertário busca garantir ao menos um terço da Câmara, número suficiente para impedir a derrubada de vetos presidenciais e consolidar sua governabilidade.
- A taxa de participação foi de 66%, a menor desde 1983.
- O pleito foi marcado pela abstenção, com um terço dos eleitores não comparecendo às urnas.
- O resultado das eleições pode ser visto como um referendo sobre o governo de Javier Milei.
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