A Casa Branca tomou a medida extraordinária de instruir meia dúzia de agências a elaborar planos para impedir a indústria de energia eólica offshore do país, enquanto intensifica seu ataque em todo o governo a uma fonte de energia renovável que o presidente Donald Trump criticou como feia, cara e ineficiente.
Susie Wiles, chefe de gabinete da Casa Branca, e Stephen Miller, assessor sênior da Casa Branca, estão liderando o esforço, segundo duas pessoas informadas sobre o assunto.
Agências que normalmente têm pouca relação com energia eólica offshore foram envolvidas na iniciativa, disseram as duas pessoas. No Departamento de Saúde e Serviços Humanos, por exemplo, funcionários estão estudando se as turbinas eólicas emitem campos eletromagnéticos que poderiam prejudicar a saúde humana. E o Departamento de Defesa está investigando se os projetos podem representar riscos à segurança nacional.
Na semana passada, Robert F. Kennedy Jr., secretário de Saúde e Serviços Humanos, disse que estava trabalhando com Doug Burgum, secretário do Interior; Howard Lutnick, secretário do Comércio; Chris Wright, secretário de Energia; e Pete Hegseth, secretário de Defesa, como parte de uma “equipe de coalizão departamental” para investigar os riscos das fazendas eólicas offshore.
E Sean Duffy, secretário de Transportes, cancelou ou retirou na semana passada US$ 679 milhões em financiamento federal para terminais marítimos, melhorias portuárias e outras instalações que foram projetadas para apoiar a indústria de energia eólica offshore.
Anna Kelly, porta-voz da Casa Branca, disse que as agências estão trabalhando para cumprir a ordem executiva de janeiro de Trump, que pediu uma revisão dos projetos eólicos em terras e águas federais.
Quando a administração Trump ordenou abruptamente a suspensão da construção no mês passado do Revolution Wind, um parque eólico de US$ 4 bilhões na costa de Rhode Island que estava 80% concluído, mencionou preocupações com segurança nacional sem detalhar. Desde então, a administração tem se apoiado na ideia de que os projetos eólicos offshore poderiam ameaçar a segurança nacional.
“Em particular, há preocupações sobre radar em relação ao submerso, e não precisa ser um grande submarino russo, mas drones subaquáticos”, disse Burgum na CNN na semana passada, referindo-se à decisão de interromper a construção do Revolution Wind.
Alguns especialistas disseram estar perplexos com esses comentários. Por lei, os projetos eólicos offshore já passam por um extenso processo de revisão pelo Departamento de Defesa.
No fim de semana, os governadores democratas de Connecticut, Massachusetts, New Jersey, Nova York e Rhode Island divulgaram uma carta alertando que revogar permissões para fazendas eólicas offshore poderia desestabilizar projetos de energia.
c.2025 The New York Times Company
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