Resumo do Impacto do PIB e do Leilão de Títulos do Tesouro nas Taxas dos DIs
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre foi menor do que o esperado, alcançando 0,1%, o que influenciou diretamente as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). Além disso, o leilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro também teve um impacto significativo nas taxas dos DIs, que fecharam a quinta-feira em baixa.
A taxa do DI para janeiro de 2028, por exemplo, estava em 12,73% no fim da tarde, uma queda de 5 pontos-base em relação ao ajuste anterior. Na ponta longa da curva a termo, a taxa para janeiro de 2035 marcava 13,01%, também em queda de 5 pontos-base.
Fatores que Influenciaram a Queda das Taxas dos DIs
- Desaceleração do PIB: O crescimento do PIB no terceiro trimestre foi menor do que o esperado, o que pode indicar uma desaceleração da economia brasileira.
- Leilão de Títulos do Tesouro: O leilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro ofereceu uma quantidade menor de títulos do que o esperado, o que fez com que as taxas dos DIs caíssem.
- Expectativa de Corte da Selic: A expectativa de corte da taxa Selic em janeiro também contribuiu para a queda das taxas dos DIs.
De acordo com especialistas, a desaceleração do PIB e o leilão de títulos do Tesouro abriram mais espaço para uma possível queda de juros. Além disso, a expectativa de corte da Selic em janeiro permaneceu alta, com mais de 80% de probabilidade de corte de 25 pontos-base.
No mercado internacional, os rendimentos dos Treasuries sustentaram ganhos firmes, mas os investidores seguem apostando em um corte de juros nos Estados Unidos na próxima semana. Se confirmado, isso pode aumentar as chances de o Banco Central iniciar o ciclo de reduções da Selic em janeiro.
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As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em baixa, reagindo ao crescimento da economia brasileira menor que o esperado no terceiro trimestre e ao leilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro pela manhã.
A taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 12,73% no fim da tarde, em baixa de 5 pontos-base ante o ajuste de 12,783% da sessão anterior. Na ponta longa da curva a termo, a taxa para janeiro de 2035 marcava 13,01%, em queda de 5 pontos-base ante o ajuste de 13,057%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% no terceiro trimestre do ano, ante previsão de alta de 0,2% dos economistas ouvidos pela Reuters.
O resultado mostra uma desaceleração do crescimento, que foi de 1,5% no primeiro trimestre do ano e de 0,3% no segundo. Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, o crescimento de julho a setembro foi de 1,8%, acima da expectativa de 1,7%.
Na avaliação de Lauro Sawamura Kubo, gestor de fundos de investimento da Patagônia Capital, a desaceleração do PIB “abre mais espaço ainda para poder ter queda de juros”.
Em reação, as taxas dos DIs cederam desde cedo, em movimento intensificado no meio da manhã pelo leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F), ambos os títulos prefixados.
Dois profissionais ouvidos pela Reuters chamaram atenção para o fato de o Tesouro ter ofertado na operação desta quinta-feira somente 10,5 milhões de títulos — considerando LTN e NTN-F –, bem menos que os 28 milhões de títulos da quinta-feira passada.
“Com a menor oferta de título, o preço unitário do título vai para cima, o que coloca as taxas para baixo”, comentou Jonathan Joo Lee, head da mesa de câmbio e internacional da Mirae Asset Brasil.
Perto das 10h30, após a divulgação da oferta menor de títulos pelo Tesouro, as taxas dos DIs de vários vencimentos bateram as mínimas do dia. Neste horário, a taxa do DI para janeiro de 2028 atingiu a mínima de 12,685%, em baixa de 10 pontos-base ante o ajuste anterior.
No leilão, realizado entre 11h e 11h30, o Tesouro vendeu 7,210 milhões de LTN e 2,5 milhões de NTN-F.
No restante da sessão, as taxas dos DIs recuperaram um pouco da força, com alguns investidores realizando lucros, mas ainda assim elas encerraram o dia no território negativo.
A expectativa de corte da Selic — hoje em 15% ao ano — em janeiro também permaneceu entre os agentes. A curva precificava nesta quinta-feira mais de 80% de probabilidade de corte de 25 pontos-base da Selic em janeiro, contra 78% no fim da quarta-feira.
O recuo das taxas dos DIs ocorreu a despeito de, no exterior, os rendimentos dos Treasuries sustentarem ganhos firmes, ainda que os investidores sigam apostando em um corte de juros nos Estados Unidos na próxima semana.
Os títulos norte-americanos precificavam no fim da tarde 87% de probabilidade de corte de 25 pontos-base dos juros pelo Federal Reserve na semana que vem, contra 13% de chance de manutenção na faixa de 3,75% a 4,00%, conforme a Ferramenta CME FedWatch.
No mercado brasileiro, a visão é de que o corte de juros nos EUA na próxima semana, se confirmado, aumentará as chances de o Banco Central iniciar de fato o ciclo de reduções da Selic em janeiro.
Às 16h35, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 5 pontos-base, a 4,108%.
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