As taxas dos DIs fecharam a sexta-feira com fortes baixas, de 10 pontos-base em vários vencimentos, acompanhando o recuo firme dos rendimentos dos Treasuries após dados do mercado de trabalho dos EUA reforçarem as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 13,94%, ante o ajuste de 13,973% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,25%, ante o ajuste de 13,32%.
Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,52%, ante 13,629% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,72%, ante 13,818%.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou pela manhã que a economia do país criou 22 mil postos de trabalho em agosto, abaixo dos 75 mil postos da mediana de pesquisa da Reuters com economistas. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 4,3%, em linha com o projetado.
Os números do relatório payroll, considerados fracos, reforçaram as apostas de corte de juros pelo Fed já este mês, com investidores voltando a colocar sobre a mesa inclusive a possibilidade de redução de 50 pontos-base da taxa de referência norte-americana, e não de apenas 25 pontos-base.
Isso se refletiu na queda forte dos rendimentos dos Treasuries e do dólar ante quase todas as demais divisas, abrindo espaço no Brasil para o recuo do dólar para perto dos R$5,40 e para a queda firme das taxas dos DIs.
“A gente segue com uma visão de três cortes de juros nos Estados Unidos até o final do ano”, pontuou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala. “E por ora a Selic deve continuar em 15%.”
Este diferencial de juros entre EUA e Brasil, conforme Gala, permite a apreciação do real, favorecendo o controle da inflação pelo Banco Central. “A curva toda de juros no Brasil (está) caindo mais ou menos 10 pontos-base em relação a este payroll fraco”, acrescentou.
Perto do fechamento a curva brasileira precificava em 98% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% no encontro deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
Pela manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que os preços ao produtor recuaram 0,3% em julho sob influência do setor de alimentos, marcando a sexta taxa negativa consecutiva. Em 12 meses há alta acumulada de 1,36%.
Sem efeitos para a curva de juros, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, falou à imprensa no fim da manhã sobre o endurecimento das medidas de segurança para o Pix e o TED. O BC limitou em R$15 mil as operações destas ferramentas feitas por meio de algumas instituições.
Às 16h36, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha queda de 8 pontos-base, a 3,513%. Já o retorno do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 9 pontos-base, a 4,09%.
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