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Small caps: por que elas podem “brilhar” ante o Ibovespa quando a Selic cair?

Em relatório, a Ágora Investimentos destacou que, com a expectativa do início da flexibilização monetária no Brasil (atualmente a Selic está em 15%) já no próximo ano, o apetite por risco deve aumentar, favorecendo as Small Caps (empresas de menor capitalização) que estão mais baratas, com múltiplos atrativos e devem se beneficiar de maneira significativa do ciclo de cortes.

No entanto, a instituição alertou para o risco de investir nessas empresas, já que se trata de empresas mais sensíveis às oscilações econômicas, com menor liquidez e maior volatilidade, o que pode restringir o interesse de grandes investidores.

Segundo o banco, a análise histórica mostra que períodos de queda da Selic sempre foram acompanhados por valorização das ações. Nos últimos seis ciclos de corte de juros, o Ibovespa, principal índice acionário, acumulou ganhos em todos eles — embora com intensidades diferentes. Considerando o intervalo entre o primeiro corte de juros e a estabilização da Selic, a valorização média do Ibovespa foi de 28%, enquanto índice Small Caps apresentou valorização média de 36%.

Para maior precisão, a Ágora ajustou os resultados pela inflação (IPCA), o que permite avaliar o retorno real dos investimentos. Na métrica real, a valorização média foi de 23% para o Ibovespa e 30% para o Small Caps.

Small Caps versus Ibovespa

O banco observou que a composição do índice Small Caps é fortemente exposta a setores cíclicos, que se beneficiam mais diretamente de um ambiente de juros menores. Entre os principais destaques estão:

  • Consumo e Varejo (23%): com crédito mais acessível, o consumo tende a se recuperar, impulsionando empresas de varejo, e-commerce e bens duráveis. Ainda assim, o setor sofre com a atual desaceleração do PIB.
  • Construção Civil (9%): sensível ao financiamento imobiliário, tende a se beneficiar com maior demanda por imóveis, embora já apresente sinais de enfraquecimento.
  • Shoppings e Imobiliário Comercial (8%): juros mais baixos reduzem o custo de capital e aumentam o fluxo de consumidores, além de ajustar positivamente os valuations.

Em contraste, o Ibovespa tem composição mais defensiva, com peso relevante de bancos e empresas de commodities já maduras, setores sólidos, mas que não costumam ser os principais beneficiários de cortes na Selic.

A Ágora ressaltou que, ao longo dos últimos meses, tem reforçado a visão de que as ações brasileiras permanecem baratas, mesmo com o Ibovespa em patamar de máxima histórica. Na métrica de múltiplos, o Ibovespa negocia a um P/L (preço sobre lucro) de 7,2 vezes (lucros projetados para dois anos), abaixo da média histórica de 10 vezes. Já o Small Caps é negociado a 7 vezes, contra 11,5 vezes da média histórica.

Além disso, enquanto o Ibovespa está em região de recorde nominal, o índice Small Caps permanece cerca de 40% abaixo do pico. Para a Ágora, isso cria uma assimetria de oportunidade, já que o índice está mais alinhado a setores que, historicamente, se beneficiam da queda dos juros e negocia com desconto em relação ao Ibovespa.

Na avaliação da Ágora, os setores cíclicos domésticos, atualmente negociados a múltiplos abaixo da média histórica, reforçam essa percepção, enquanto os setores defensivos mostram preços mais elevados.

Por fim, o banco destacou que a estratégia mais adequada é buscar equilíbrio, combinando uma posição defensiva no Ibovespa com uma exposição complementar às Small Caps.

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