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Semana de Fed e Copom começa com prévia do PIB e dados fracos na China

O mercado financeiro inicia a semana atento às decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, ambas marcadas para quarta-feira (17). Nos EUA, a expectativa é de corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, enquanto no Brasil a projeção é de manutenção da Selic.

Na manhã desta segunda-feira (15) será divulgado do Boletim Focus, relatório semanal elaborado pelo Banco Central que reúne as projeções de economistas do setor privado para inflação, Produto Interno Bruto (PIB), taxa básica de juros (Selic) e câmbio. O documento serve como termômetro para avaliar as tendências do mercado em relação às principais variáveis macroeconômicas.

Logo depois é a vez do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho, indicador que busca antecipar o desempenho do PIB. Embora não seja uma medida oficial, o IBC-Br é amplamente acompanhado por investidores e autoridades, já que fornece uma visão de como a economia vem se comportando em termos de produção, consumo e serviços.

Mais cedo, dados da China mostraram aprofundamento da desaceleração econômica em agosto, com indicadores abaixo das expectativas em meio à fraca demanda interna e às restrições da campanha de Pequim contra o excesso de capacidade industrial.

As vendas no varejo avançaram 3,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, abaixo da projeção de 3,9% da pesquisa da Reuters e da alta de 3,7% registrada em julho. Já a produção industrial cresceu 5,2% em agosto, após avanço de 5,7% no mês anterior, no menor ritmo desde agosto de 2024, segundo dados do LSEG. Economistas esperavam estabilidade.

Enquanto isso, representantes comerciais dos EUA e da China devem continuar suas negociações pelo segundo dia na Espanha, com uma agenda de questões importantes que vão desde tarifas, controles de exportação e um prazo iminente para a alienação da mídia social chinesa TikTok.

Os investidores também estarão de olho no Senado para ver se Stephen Miran tomará posse como governador do Fed a tempo para a reunião do FOMC desta semana.

O que vai mexer com o mercado nesta segunda

Agenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia a agenda desta segunda-feira às 9h, com reunião no Palácio do Planalto com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Defesa, José Múcio. Às 10h, Lula se reúne novamente com Rui Costa. No período da tarde, às 14h40, o compromisso é com o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcelo Weick. Às 15h30, recebe o fundador e CEO da Didi 99, Will Wei Cheng. Encerrando o dia, às 17h30, participa da cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir).

Brasil

  • 8h25 – Focus (semanal)
  • 9h – IBC-Br (julho)

INTERNACIONAL

Críticas

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou mensagens de autoridades americanas que criticam a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Os textos falam em perseguição, censura e no “uso da lei como arma política” por parte do ministro Alexandre de Moraes. Entre eles, o vice-secretário de Estado Christopher Landau afirmou que a decisão arrasta as relações bilaterais ao “ponto mais sombrio em dois séculos”.

ECONOMIA

Produtos fora do tarifaço

A retirada da celulose e do ferro-níquel da lista de produtos tarifados pelos Estados Unidos liberou 25,1% das exportações brasileiras ao país das sobretaxas impostas por Donald Trump. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), as vendas não afetadas pelo tarifaço somaram US$ 10,1 bilhões em 2024. Já 34,9% das exportações continuam sujeitas à tarifa de 50%, incluindo café e cacau.

Exportações

As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 14,29 bilhões em agosto, alta de 1,5% sobre o mesmo mês de 2024, puxadas por soja, milho e carne bovina. A receita com carne bovina chegou a US$ 1,6 bilhão, favorecida por preços mais altos, enquanto a soja rendeu US$ 3,88 bilhões, avanço de 11%, limitado por cotações mais baixas. O café, mesmo com queda de 30% no volume exportado, gerou US$ 971 milhões, alta de 2%, e o milho alcançou US$ 1,36 bilhão, aumento de 17%. A China liderou as compras, com US$ 5,12 bilhões, seguida pela União Europeia, com US$ 1,9 bilhão. No acumulado do ano até agosto, o faturamento do setor ficou em US$ 111,69 bilhões, estável na comparação anual.

Empresas inadimplentes

O número de empresas inadimplentes no Brasil chegou a 8 milhões de CNPJs em julho, novo recorde, segundo a Serasa Experian. O volume cresceu 16% em relação a 2024 e já soma sete meses seguidos de alta, sendo 7,6 milhões de pequenas e médias empresas. O valor total das dívidas atingiu R$ 193,4 bilhões, com média de R$ 3.302,30 por empresa.

POLÍTICA

Inegociáveis

Em artigo publicado hoje (14) no jornal The New York Times com o título Democracia e Soberania Brasileiras São Inegociáveis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu os argumentos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito do tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelos Estados Unidos.

Lula ressaltou que nos últimos 15 anos, os Estados Unidos registraram um superávit de US$ 410 bilhões nas relações comerciais com o Brasil. Também disse que não há excessos nas cobranças de tarifas por parte do Brasil e que aproximadamente 75% das exportações aos Estados Unidos para o Brasil são isentas de impostos.

Careca do INSS

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou, neste domingo (14), que Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de Careca do INSS, irá depor aos parlamentares na sessão da comissão marcada para a tarde desta segunda-feira (15).

O empresário foi preso pela Polícia Federal na última sexta-feira (12) por suposta participação em um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões de segurados do INSS.

Zero apoio

O governo Lula (PT) sinalizou que pode rever indicações a cargos federais de deputados e senadores que manifestarem qualquer apoio a uma possível anistia a Bolsonaro (PL) e aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. A orientação é barrar a pauta na Câmara, e, se necessário, usar instrumentos como emendas parlamentares e recolocação de ministros licenciados. A medida aponta a tentativa do Planalto de manter coesa a base aliada e evitar crises políticas e institucionais antes das eleições de 2026.

Começo da pena

Integrantes do STF avaliam que Jair Bolsonaro (PL) deve começar a cumprir pena em regime fechado até dezembro, após o julgamento dos últimos recursos. Condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe, ele segue em prisão domiciliar até a conclusão do processo. A decisão sobre o local da detenção caberá ao ministro Alexandre de Moraes, com opções que incluem a Papuda ou uma cela da Polícia Federal.

Sucessor 

Com a condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, a ala oposicionista do Centrão aumentou a pressão sobre o ex-presidente por uma definição do candidato da direita para enfrentar Lula (PT) em 2026. A articulação também tem feito o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se movimentar. Parlamentares próximos ao ex-presidente esperam que nos próximos dias ele dê recados mais claros sobre a sucessão, enquanto ainda está em prisão domiciliar. Em paralelo, dirigentes de siglas do Centrão atuam para construir uma candidatura presidencial de direita que não inclua ninguém da família Bolsonaro.

Nem aí

Ministros do STF afirmam que as ameaças do governo Donald Trump após a condenação de Jair Bolsonaro são tratadas com indiferença pela Corte, que considera não haver espaço para anistia ou indulto. Segundo a Folha de S.Paulo, os magistrados dizem já estar preparados para eventuais sanções da Lei Magnitsky e garantem que seguirão sem recuar. Enquanto Trump e aliados republicanos acusam o tribunal de perseguição, parlamentares democratas reagiram com uma carta em defesa do Brasil, pedindo o fim da guerra comercial e apoio à democracia brasileira.

Só elogios

A condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo STF foi elogiada em artigo no The New York Times assinado pelos cientistas políticos Steven Levitsky e Filipe Campante. Os autores afirmam que o Brasil conseguiu responsabilizar judicialmente um ex-presidente por tentar reverter uma eleição, algo que os EUA falharam em fazer com Donald Trump. Eles criticam como paradoxal o fato de Washington sancionar ministros do Supremo enquanto ignora retrocessos democráticos internos.

Presidente de honra

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, vai consultar o setor jurídico para avaliar se Bolsonaro pode permanecer como presidente de honra do partido após sua condenação pelo STF. A função rende ao ex-presidente R$ 33,8 mil mensais do fundo partidário, equivalendo a um “embaixador da legenda”. O mesmo valor é pago à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que continuará à frente do PL Mulher.

Cid, a condenação e a tornozeleira

A PGR discordou do STF por conceder quase o benefício máximo ao tenente-coronel Mauro Cid em sua delação premiada, mas não recorrerá. Paulo Gonet considerou os depoimentos de Cid superficiais e defendeu pena mínima, enquanto o STF fixou dois anos em regime aberto. A defesa de Cid pediu retirada da tornozeleira eletrônica e abatimento da pena pelas medidas cautelares já cumpridas.

(Com Reuters, Estadão, O Globo e Agência Brasil)

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