Ter R$ 1 milhão na conta parece um sonho distante para muita gente. Por anos, o valor foi tratado como algo quase mítico – só alcançável com uma herança inesperada, um golpe de sorte ou décadas de sacrifício. Mas essa ideia está cada vez mais fora da realidade.
Com organização, disciplina e uma estratégia bem definida, é possível chegar lá mais rápido do que se imagina. Guardando R$ 3 mil por mês e escolhendo bem onde investir, dá para acumular R$ 1 milhão em até 12 anos – ou até menos, dependendo da rentabilidade.
Quem mostra isso na prática são Leonardo Ces, sócio-fundador da Ibbra Consultoria Financeira & Patrimonial, e Otavio Meireles, diretor de consultoria da Zero Markets. Eles fizeram simulações para provar que o primeiro milhão pode, sim, caber no seu planejamento financeiro.
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Estratégia 1: como juntar R$ 1 milhão no CDI
O CDI, principal indexador da renda fixa, está atualmente em 14,65% ao ano. Esse indicador costuma ficar entre 0,1 e 0,2 ponto percentual abaixo da Selic, que hoje está em 14,75%.
Se um investidor aplicar R$ 3 mil por mês em um produto que renda 100% do CDI – como um CDB, por exemplo -, alcançaria a marca de R$ 1 milhão líquidos em cerca de 12 anos e meio (150 meses), segundo cálculos de Ces. A simulação já considera a nova alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda prevista para 2026, caso a medida provisória que unifica a tributação seja aprovada.
Se a remuneração for maior – como 110% ou 120% do CDI – o prazo para atingir o montante cai para 12 anos (144 meses) e 11,5 anos (138 meses), respectivamente. Mas há um ponto importante: para fins didáticos, os cálculos consideram a Selic fixa ao longo de todo o período, o que dificilmente ocorre na prática.
Leia também: CDI – o que é, como acompanhar e qual a relação com os investimentos
Veja tabela:
| Aplicação | Meses de investimento | Valor final líquido |
| 100% do CDI | 150 | R$ 1 milhão |
| 110% do CDI | 144 | R$ 1 milhão |
| 120% do CDI | 138 | R$ 1 milhão |
Na largada do plano para se tornar milionário, mais importante do que a rentabilidade, é a disciplina de investir todos os meses, segundo Ces.
”Muita gente busca milagres com promessas de rendimentos absurdos – e acaba caindo em golpes. Mas o que realmente constrói patrimônio é o hábito de poupar todo mês, mesmo que pouco no início, e investir de forma segura e consistente”, disse.
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Estratégia 2: como juntar R$ 1 milhão com diferentes títulos de renda fixa
A segunda estratégia envolve um pouco mais de diversificação com diferentes títulos de renda fixa. A carteira montada por Meireles tem CDBs a 118% do CDI, Tesouro IPCA +7,23% com vencimento em 2025 e LCAs pré-fixadas em 12,27%. Com esse portfólio, o montante de R$ 1 milhão seria alcançado em 12,5 anos. A simulação já considerada os valores atualizados de IR.
”Fazendo uma boa e diversificada aplicação em renda fixa e aportes consistentes e mensais o investidor alcança montante R$ 1 milhão em 150 meses”, disse o especialista. Também para fins didáticos, os cálculos consideram a Selic fixa ao longo de todo o período, o que dificilmente ocorre na prática.
Leia também: Renda Fixa – tudo o que você precisa saber para começar a investir
Veja tabela:
| Aplicações | Meses de investimento | Valor final líquido |
| CDB 118% do CDi, Tesouro IPCA 2024 (IPCA+ 7,23%) e LCA prefixado em 12,27%. | 150 meses | R$ 1 milhão |
Riscos
A renda fixa, apesar de ser considerada mais segura na comparação com a renda variável, também apresenta riscos. Um dos principais é o risco de crédito, presente quando o investidor empresta dinheiro por meio de CDBs e LCAs, por exemplo, a uma instituição que pode não conseguir honrar seus compromissos.
“É fundamental avaliar o rating de crédito de cada emissor e entender que, quanto maior o retorno prometido, maior tende a ser o risco envolvido”, disse Meireles.
O especialista também falou do impacto da marcação a mercado, especialmente em um ambiente econômico volátil como o brasileiro. Embora essa variação afete o valor dos papéis antes do vencimento, Meireles disse que “essa oscilação tende a ser apenas temporária, desde que o investidor mantenha o título até o vencimento”.
Outros pontos de atenção, segundo ele, são o risco inflacionário – que pode corroer o rendimento real de ativos prefixados – e o ambiente regulatório instável. “Vivemos em um cenário em que o governo está constantemente buscando formas de arrecadar mais tributos, o que traz para o investidor algum receio da previsibilidade dos seus rendimentos”.
Vale lembrar ainda que a renda fixa não ficará atrativa para sempre no Brasil. A projeção dos analistas é que a Selic comece a cair a partir de 2026. Por isso, especialistas costumam recomendar diversificar de investimentos também em renda variável, conforme o perfil.
No geral, segundo corretoras, um perfil conservador tem 90% em renda fixa e 10% em renda variável, um moderado 70% em renda fixa e 30% em renda variável e um agressivo 50% em renda fixa e 50% em renda variável.
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