Em um movimento que certamente ecoará pelo mundo, o Reino Unido, sob a liderança do primeiro-ministro Keir Starmer, anunciou neste domingo (21) o reconhecimento oficial do Estado Palestino. A notícia, divulgada pela BBC, marca uma mudança drástica na política externa britânica, que antes atrelava tal reconhecimento a um acordo de paz abrangente.A decisão, segundo o governo, visa proteger a viabilidade de uma solução de dois Estados, que se encontra sob ameaça devido à escalada do conflito na Faixa de Gaza e à expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia. É como se Londres estivesse dizendo: "Precisamos agir agora para garantir que a paz ainda seja possível".Um ultimato não atendidoA mudança de postura veio após um ultimato de Starmer a Israel, fixando setembro como prazo para um cessar-fogo em Gaza e o início de negociações de longo prazo. O não cumprimento desse ultimato levou Londres a crer que havia chegado a hora de agir.A medida, no entanto, não foi recebida de braços abertos por todos. O governo israelense, familiares de reféns do Hamas e parte da oposição conservadora britânica manifestaram forte resistência."O reconhecimento recompensa o terror" – declarou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em resposta à decisão.Familiares de reféns temem que a medida possa dificultar as negociações para a libertação dos sequestrados. Até mesmo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou sua discordância com a iniciativa.O governo britânico, por outro lado, defende que a legitimidade do Estado Palestino não pode ser refém das ações do Hamas, que o Reino Unido considera uma organização terrorista. Argumenta que o direito dos palestinos à autodeterminação é independente das ações do grupo e que a medida reforça a necessidade de uma solução negociada para o conflito.O movimento do Reino Unido pode inspirar outros países a seguirem o mesmo caminho. Portugal, França, Canadá e Austrália já manifestaram intenção de reconhecer a Palestina, enquanto Espanha, Irlanda e Noruega formalizaram o reconhecimento em 2024. Atualmente, cerca de 75% dos membros da ONU reconhecem oficialmente o Estado Palestino, embora ele ainda não tenha fronteiras definidas, capital estabelecida ou controle total de seu território.A decisão do Reino Unido é um passo ousado em direção a uma solução para o conflito israel-palestino. Resta saber se essa iniciativa abrirá caminho para uma paz duradoura ou se será apenas mais um capítulo em uma longa e complexa história.

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