O mercado de investimentos brasileiro deve passar por transformações profundas nos próximos dez anos, apontou Giuliano De Marchi, Head of Latin America do JP Morgan Asset Management. Segundo o executivo, quatro grandes tendências devem redefinir a forma como investidores acessam e gerenciam seus recursos.
A primeira delas é a ascensão dos ETFs (Exchange Traded Funds), que devem ganhar protagonismo, sobretudo na categoria de ativos. “ETFs vão ser uma participação muito importante… hoje o maior crescimento, mais de 50% das novas emissões são ETFs ativos”, afirmou. O movimento reflete uma mudança no perfil do investidor, que busca mais diversificação e praticidade na exposição a diferentes mercados.
Outra tendência destacada pelo especialista é a digitalização do mercado financeiro. Plataformas digitais devem ampliar significativamente o acesso dos clientes a produtos internacionais, incluindo os mais de 500 fundos de Luxemburgo disponibilizados pelo JP Morgan. A tecnologia, segundo De Marchi, será crucial para democratizar o investimento global no Brasil.
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Novos produtos e personalização em alta
A terceira transformação prevista é o aumento da penetração de investimentos alternativos e veículos ilíquidos entre pessoas físicas. Produtos de infraestrutura, real estate e até ativos como navios e florestas podem se tornar mais acessíveis.
“Esse é um mercado muito focado para o institucional e eu acho que isso vai cair muito, vai descer muito para o investidor pessoa física”, disse, destacando a tendência de popularização de investimentos antes restritos a grandes players.
O quarto e mais disruptivo movimento é a personalização dos investimentos impulsionada pela inteligência artificial. De Marchi projeta que a IA permitirá a criação de carteiras totalmente sob medida, superando o modelo de fundos de massa.
“Com o avanço de AI, o investidor terá acesso a carteiras personalizadas”, afirmou. O executivo compartilhou suas análises no podcast Outliers Infomoney, apresentado por Clara Sodré e Fabiano Cintra.
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