Nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (17) mostra crescimento da percepção de que Jair Bolsonaro (PL) teve participação no plano de tentativa de golpe de Estado. O levantamento é o primeiro realizado após o início do julgamento dos acusados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que terminou com a condenação de generais e do ex-presidente.
Segundo a pesquisa, 55% dos entrevistados acreditam que houve tentativa de golpe no Brasil, e 54% atribuem envolvimento ao ex-presidente. Esse percentual vem subindo gradualmente desde dezembro de 2024.
Também aumentou a percepção de que o processo contra Bolsonaro não teve parcialidade. O levantamento aponta que 42% consideram o indiciamento de Bolsonaro imparcial (36% em agosto), enquanto 47% apontam perseguição (eram 52%).
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É a primeira pesquisa sobre o tema após Bolsonaro ser condenado pelo STF na trama golpista
A rejeição ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes avançou. A proporção dos que se dizem contrários subiu de 43% para 52% desde agosto, enquanto o apoio caiu de 46% para 36%. A mudança mais expressiva ocorreu entre os que antes não se posicionavam: 56% agora rejeitam a medida, contra 44% no mês anterior.
Já a dosimetria da pena aplicada a Bolsonaro é alvo de críticas. Para quase metade dos entrevistados, a sentença foi mais dura do que deveria. Ainda assim, medidas como prisão domiciliar, uso de tornozeleira eletrônica e a inelegibilidade receberam apoio majoritário.
A pesquisa foi feita entre os dias 12 e 14 de setembro, com 2.004 entrevistas presenciais em todas as regiões do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
Veja os principais números da pesquisa sobre o julgamento e o STF:
- Tentativa de golpe: 55% acreditam que ela ocorreu
 - Participação de Bolsonaro: 54% dizem que ele esteve envolvido
 - Percepção do processo: 42% consideram o indiciamento de Bolsonaro imparcial (36% em agosto), enquanto 47% apontam perseguição (eram 52%)
 - Impeachment de Moraes: 52% são contra (43% em agosto) e 36% a favor (46% no mês passado)
 - Atuação de Moraes: 41% avaliam que o ministro age corretamente, 36% consideram que ele exagera e deveria ser alvo de impeachment, e 11% veem exagero mas rejeitam a destituição
 - Pena de Bolsonaro: 49% consideram a condenação de 27 anos e 3 meses exagerada; 35% a julgam adequada e 12% insuficiente
 - Medidas alternativas: prisão domiciliar (51%), uso de tornozeleira eletrônica (48%) e inelegibilidade (47%) são vistas como punições adequadas
 
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