Prévia do PIB Fraca: Peso da Selic e Esgotamento de Estímulos à Demanda
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) divulgado recentemente apresentou uma variação de -0,24% em setembro, indicando uma desaceleração mais disseminada na economia. Essa desaceleração foi observada em setores como indústria, impostos e serviços, sendo parcialmente compensada pelo desempenho do agronegócio.
De acordo com especialistas, o indicador aponta que o crescimento econômico deve ser moderado, com perda de impulso em setores relevantes, reflexo do peso da política monetária. A economia parece ter voltado a operar em um ritmo mais moderado no fim do terceiro trimestre, sem consolidar a recuperação iniciada no mês anterior.
Análise dos Números
Na comparação com setembro de 2024, o indicador subiu 2%, resultado que ficou dentro do esperado pelo mercado. No entanto, a principal mensagem de cautela reside na análise dos dados trimestrais e desagregados, com o índice geral do IBC-Br registrando uma contração de -0,9% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao segundo trimestre.
Os setores que contribuíram para essa contração incluem a indústria, com recuo de -0,7%, impostos, com -0,65%, e serviços, com variação negativa de -0,1%. O único resultado positivo veio da agropecuária, com alta de 1,5% após seis quedas consecutivas.
Projeções e Perspectivas
Segundo especialistas, o resultado positivo do agronegócio é um reflexo do início da safra de verão. No entanto, a indústria sente o impacto da política monetária restritiva, que mantém a taxa básica de juros em 15%, encarecendo o crédito, além do arrefecimento da demanda interna e das incertezas no cenário externo.
O setor de serviços indica uma acomodação do crescimento, revelando uma perda de fôlego do consumo diante da dissipação dos efeitos dos precatórios e do elevado endividamento das famílias. A expectativa é de que a atividade econômica real continue a se beneficiar das transferências fiscais federais para famílias de baixa renda e da expansão da renda disponível real das famílias.
As projeções para o PIB total de 2025 variam entre 2,1% e 2,2%, com ajustes sazonais e comparações com o terceiro trimestre de 2024. No entanto, o indicador não afeta diretamente as projeções para o PIB, e a economia parece seguir em uma trajetória de desaceleração.
- A desaceleração econômica é mais disseminada, afetando setores como indústria, impostos e serviços.
- O agronegócio apresentou um desempenho positivo, com alta de 1,5% após seis quedas consecutivas.
- A política monetária restritiva e o arrefecimento da demanda interna são fatores que contribuem para a desaceleração.
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