Terremoto em Araxá: Entendendo as Causas

O recente terremoto que atingiu Araxá, em Minas Gerais, gerou grande curiosidade e dúvidas sobre por que eventos sísmicos ocorrem em regiões consideradas geologicamente estáveis. De acordo com o Centro de Sismologia da USP, o município de Araxá não é novo em registros de tremores, e este não é o primeiro evento do tipo na região.

A magnitude do terremoto foi inicialmente estimada em 4.4 e posteriormente consolidada em 4.29 na escala Richter, ocorrendo a uma profundidade rasa de 7,12 quilômetros. Essa característica de terremoto raso faz com que as ondas sísmicas cheguem à superfície com mais força, intensificando a percepção do abalo. Segundo o geólogo Maurício Carneiro, “terremotos rasos tendem a ser mais perigosos do que os profundos, justamente porque a energia não se dissipa tanto antes de atingir a superfície”.

Causas dos Terremotos

Os terremotos são causados pelo deslocamento de rochas na crosta terrestre, que libera energia acumulada e gera o tremor. No caso de Araxá, o epicentro foi localizado próximo à MG-428, nas imediações do rio Araguari, entre Araxá e Sacramento, uma área que abriga antigas falhas geológicas.

A região de Araxá, assim como grande parte do estado de Minas Gerais, apresenta um histórico de atividade sísmica. De acordo com o Centro de Sismologia da USP, tremores com magnitudes entre 2 e 3 ocorrem praticamente todas as semanas em alguma região do país, enquanto eventos mais fortes, como o recente terremoto, são menos comuns, ocorrendo em média cerca de duas vezes por ano no território brasileiro.

Conexão com Mineração e Barragens

Embora Araxá esteja inserida em uma região marcada por intrusões alcalinas responsáveis pela formação de metais como o nióbio e as terras raras, o especialista Maurício Carneiro descarta qualquer relação direta entre a mineração e o terremoto. No entanto, ele alerta que estruturas próximas ao foco do terremoto, como barragens, podem ser afetadas dependendo da intensidade do abalo.

As barragens da região são monitoradas continuamente, especialmente após os desastres ocorridos em Minas Gerais nos últimos anos. Para que houvesse algum dano relevante, o foco do terremoto precisaria estar muito próximo da estrutura. Felizmente, não foram registrados danos ou vítimas em decorrência do terremoto em Araxá.

• Terremotos rasos são mais perigosos devido à menor dissipação de energia antes de atingir a superfície.
• A região de Araxá tem um histórico de atividade sísmica, com tremores frequentes, embora a maioria seja de menor magnitude.
• A conexão com mineração é descartada, mas estruturas como barragens próximas ao epicentro podem ser afetadas dependendo da intensidade do terremoto.

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