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PF vê elo entre filho do presidente da Caixa e diretor da ANM em esquema de propina

A Polícia Federal identificou o advogado Carlos Vieira Filho, filho do presidente da Caixa Econômica Federal, como peça central em um suposto esquema de corrupção envolvendo a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Segundo uma representação da corporação, obtida pelo O Globo, honorários pagos ao escritório do advogado teriam servido para mascarar propinas destinadas ao diretor da ANM, Caio Mário Seabra, investigado na Operação Rejeito.

De acordo com os investigadores, a atuação de Seabra favoreceu a mineradora Aiga Mineração em uma disputa com a Vale pelo controle de rejeitos em Ouro Preto (MG), considerados ativos de alto valor econômico.

Documentos e mensagens analisados pela PF sugerem que o escritório de Vieira Filho foi contratado para dar aparência de legalidade a repasses que, na prática, teriam como objetivo garantir decisões administrativas pró-Aiga.

O contrato em questão previa um pró-labore de R$ 300 mil, além de honorários de êxito vinculados ao resultado do processo na ANM. A PF sustenta que o voto de Seabra contrariou pareceres técnicos da própria agência e, em prazo considerado atípico, assegurou à Aiga a posse dos rejeitos — resultado que beneficiava diretamente os empresários apontados como líderes do esquema.

Conversas interceptadas também reforçam as suspeitas. Em um áudio, um dos investigados menciona que documentos jurídicos eram elaborados pela própria organização criminosa e apenas assinados pelo escritório de Vieira Filho. Para os investigadores, trata-se de indício de que os serviços advocatícios eram simulados.

Vieira Filho, no entanto, rejeita as acusações e afirma que nunca manteve contato com o diretor da ANM. Em entrevista ao jornal, o advogado alegou ainda que, em setores regulados, é comum que clientes forneçam subsídios técnicos às bancas contratadas.

A investigação traz implicações políticas. O pai de Vieira Filho, Carlos Vieira, foi nomeado presidente da Caixa em 2023 por indicação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no contexto de negociações com o governo Lula. Apesar de pressões de aliados de Lira por maior autonomia em relação ao Planalto, o dirigente se mantém no comando do banco público.

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