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Pesquisa de emprego ADP, audiência de Miran no Senado e outros destaques desta 5ª

A agenda de indicadores desta quinta-feira (4) nos Estados Unidos é intensa. Às 9h15, sai o relatório de emprego privado (ADP) de agosto, com previsão de criação de 65 mil vagas em agosto. O indicador vem após a pesquisa JOLTS, divulgada na quarta-feira pelo Departamento do Trabalho, indicar arrefecimento na demanda por mão de obra. Às 9h30, são divulgados os dados da balança comercial de julho e os pedidos semanais de auxílio-desemprego. Às 10h45, sai o índice de gerentes de compras (PMI) de serviços de agosto, seguido, às 11h, pelo índice do Instituto de Gestão de Suprimentos (ISM) para o setor de serviços. Às 13h, a Administração de Informação de Energia (AIE) divulga os estoques semanais de petróleo, e, cinco minutos depois, às 13h05, John Williams, membro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), fará um discurso.

No campo institucional, o Comitê Bancário do Senado norte-americano realiza às 11h (horário de Brasília) uma audiência para avaliar a indicação de Stephen Miran ao conselho do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos. Miran foi escolhido pelo presidente Donald Trump, do Partido Republicano, e atualmente ocupa a presidência do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca. Se aprovado na comissão, o nome seguirá para votação no plenário do Senado.

Também começa nesta quinta o prazo para empresários solicitarem recursos da linha adicional de crédito de R$ 10 bilhões anunciada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 22 de agosto. O aporte é destinado a empresas com produtos sujeitos a tarifas impostas pelos Estados Unidos e, de acordo com o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, terá juros um pouco abaixo da taxa básica de juros (Selic). Às 15h será divulgado o resultado da balança comercial de agosto.

No campo político, ganha força o movimento da oposição para aprovar uma Lei de Anistia, em meio a um cenário cada vez mais tenso. A iniciativa surge enquanto aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro se preparam para a possibilidade de condenação no julgamento que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo, que envolve Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado, terá continuidade no dia 9 de setembro, após pausa de cinco dias. As sessões foram abertas nesta semana e já contabilizam dois dias de debates entre defesa e acusação.

O que vai mexer com o mercado nesta quinta

Agenda

O presidente Lula lança nesta quinta-feira (4) o Gás do Povo, novo nome do programa Vale Gás, com a participação do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia). O evento ocorre no Aglomerado da Serra, no conjunto de favelas em Belo Horizonte (MG). A proposta é ampliar o acesso ao gás de cozinha para famílias de baixa renda.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, se reúne hoje em Brasília com o presidente do Coaf pela manhã e, à tarde, recebe representantes do Corecon-SP.

Brasil

  • 15h – Balança comercial (agosto)

EUA

  • 9h15 – Emprego privado (ADP) de agosto
  • 9h30 – Balança comercial (julho) 
  • 9h30 – Auxílio-desemprego (semanal)
  • 10h45 – PMI de serviços (final) de agosto                   –
  • 11h – ISM de serviços (agosto)
  • 13h – Estoques de petróleo (AIE) semanal 
  • 13h05 – Discurso de Williams, membro do Fomc  

INTERNACIONAL

Em Washington

Em viagem a Washington, empresários brasileiros se reuniram com Christopher Landau, número 2 do Departamento de Estado dos EUA, para discutir tarifas adicionais de 40% impostas ao Brasil. Landau afirmou que as sobretaxas têm origem política e foram justificadas por Donald Trump como resposta a decisões do STF contra Jair Bolsonaro. Segundo ele, a missão empresarial seria mais eficaz se buscasse sensibilizar autoridades brasileiras, já que o governo dos EUA só discutirá o tema sob o viés político.

Cumprimento da Lei Magnitsky

O Departamento do Tesouro dos EUA enviou carta a cinco grandes bancos que operam no Brasil (Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e BTG Pactual) questionando o cumprimento da Lei Magnitsky após a sanção ao ministro Alexandre de Moraes. O Ofac, braço do Tesouro responsável por controlar ativos estrangeiros, pediu detalhes sobre medidas adotadas para aplicar as restrições. Caso identifique falhas, o governo americano pode impor multas ou até punir executivos das instituições.

Manutenção de tarifas

Donald Trump vai recorrer à Suprema Corte para tentar manter tarifas de importação após duas derrotas em tribunais que consideraram ilegal o uso da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA). A composição conservadora da Corte pode favorecer o republicano, mas especialistas ouvidos pela Reuters avaliam que será difícil ampliar os poderes presidenciais previstos no estatuto de 1977. As tarifas seguem em vigor até 14 de outubro, prazo para que o governo apresente o recurso.

Rever acordos

Trump afirmou que os EUA podem ter que desfazer acordos comerciais com União Europeia, Japão e Coreia do Sul se perderem na Suprema Corte o processo sobre a legalidade das tarifas impostas por seu governo. Segundo ele, uma derrota deixaria o país “muito mais pobre” e colocaria em risco os pactos firmados recentemente. Foi a primeira vez que o presidente sugeriu rever acordos já assinados caso a Corte mantenha a decisão contrária às tarifas.

Ajuda humanitária

Embarcações de organizações com ajuda humanitária a Gaza se reúnem para partir da Tunísia. A ativista sueca Greta Thunberg estará presente na frota organizada pelo movimento Global Sumud Flotilla, que parte da Espanha no domingo (5). A iniciativa prevê manifestações em pelo menos 44 países em solidariedade à Palestina e representa a segunda tentativa de romper o bloqueio de Israel ao território. Em junho, um barco com Greta, o brasileiro Thiago Ávila e outros dez ativistas foi interceptado pelo Exército israelense, resultando na deportação dos tripulantes.

ECONOMIA

Negócio fechado

O Brasil concluiu acordo tarifário com o Japão para exportar gordura de aves, suínos e bovinos, insumo usado na produção de ração animal e pet food. O Ministério da Agricultura afirmou que a medida amplia a presença nacional em um dos mercados mais exigentes do mundo. Em 2024, o Japão foi o sétimo maior destino das exportações agrícolas brasileiras, que somaram US$ 3,3 bilhões.

Redução

Em agosto, os emplacamentos de veículos novos no Brasil somaram 225.348 unidades, queda de 5,05% na comparação anual e de 7,34% em relação a julho, segundo a Fenabrave. No acumulado de 2025, as vendas cresceram 2,77%, totalizando 1,667 milhão de unidades.

Inconveniente

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou inconveniente a proposta que permitiria ao Congresso destituir diretores e o presidente do Banco Central, afirmando que a medida não traz benefícios à lei de autonomia da instituição. Haddad disse ter conversado com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e defendeu o fortalecimento do banco em infraestrutura digital e capacidade regulatória. Ele afirmou ainda que não vê razão para o projeto avançar e não quis especular sobre relação com a análise da compra do banco Master pelo BRB.

POLÍTICA

Segundo dia

O STF realizou, na quarta-feira (3), o segundo dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de integrar uma organização criminosa que teria tentado dar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

  • Foram apresentadas as defesas de Jair Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. Falaram os advogados de Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres.
  • A defesa de Braga Netto questionou datas e detalhes fornecidos por Mauro Cid, apontando contradições e falta de provas adicionais além da delação. A defesa alegou que conversas no celular teriam sido adulteradas e que a acusação carece de elementos concretos que comprovem participação no golpe.
  • O advogado de Braga Netto afirmou que Cid teria sofrido pressão da Polícia Federal, comprometendo a voluntariedade de sua delação premiada.
  • A defesa de Paulo Sérgio Nogueira argumentou que o general não praticou irregularidades na auditoria das urnas e tentou dissuadir Bolsonaro de medidas golpistas.
  • Advogados de Bolsonaro contestaram provas, afirmaram que o ex-presidente buscou manter a ordem na transição e negaram envolvimento com planos golpistas.
  • A partir disso, a defesa contestou que o suposto roteiro do golpe teria sido deixado à disposição de Bolsonaro e questionou a veracidade das acusações relacionadas.
  • Para completar, o advogado apontou que Mauro Cid teria criado perfis falsos nas redes sociais e sofrido pressão para ajustar depoimentos, levantando dúvidas sobre sua delação.
  • Por outro lado, a defesa de Augusto Heleno contestou a validade das provas apresentadas pela PGR, apontando excesso de documentos, prazos insuficientes e suposta manipulação da “caderneta do golpe”.
  • Alexandre de Moraes anotou as ponderações dos advogados durante as sessões, preparando o voto que será apresentado na próxima terça-feira (9).

Anistia – prejudicado

Advogados de réus acusados de tentativa de golpe de Estado avaliam que retomar a discussão sobre anistia a Bolsonaro agora pode prejudicar o julgamento no STF, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. O tema ganhou força recentemente, com articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visando as eleições de 2026. Defensores, porém, afirmam que seria mais prudente esperar o desfecho do processo antes de tratar do assunto. Eles argumentam que o contexto político polarizado torna o momento inadequado para o debate. Segundo interpretações de declarações do ministro Luís Roberto Barroso, a anistia poderia ser discutida politicamente apenas após o julgamento.

Anistia – PL alternativo

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou que apresentará um projeto de lei alternativo à anistia a Jair Bolsonaro, propondo apenas a redução de penas. A iniciativa visa alterar a Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito, criando um novo tipo penal para participantes sem envolvimento em planejamento ou financiamento do golpe. O objetivo é aliviar condenações de “massa de manobra” sem perdoar líderes, mantendo penas mais brandas dependendo do papel de cada envolvido.

Anistia – barrada

O STF já possui maioria para barrar qualquer anistia ou indulto que beneficie Jair Bolsonaro, caso aprovada pelo Congresso após seu julgamento. Magistrados argumentam que crimes contra o Estado Democrático de Direito não podem ser perdoados, com base em decisões anteriores, como a do indulto a Daniel Silveira. Ministros como Dias Toffoli e Alexandre de Moraes reforçam que a Constituição impede implicitamente a concessão de perdões a crimes atentatórios à ordem constitucional. Luiz Fux e Gilmar Mendes destacam que tais crimes são políticos e impassíveis de anistia, mesmo por emenda legislativa. Cármen Lúcia complementa que o Estado de Direito não pode ser vulnerável a ações que permitam impunidade.

Almoço

O presidente Lula almoçou com Davi Alcolumbre e ministros do União Brasil na quarta-feira (3) após o partido orientar a saída de aliados com mandato até 30 de setembro. Participaram Celso Sabino, Waldez Góes e Frederico Siqueira Filho, além da ministra Gleisi Hoffmann, para discutir compromisso com as pautas do governo. A reunião é parte das articulações políticas contínuas de Lula, sem ligação direta com o anúncio da federação União Brasil-PP.

Sem impacto

Lula minimizou o impacto do desembarque do PP e União Brasil, lembrando que parte desses aliados já vota contra o governo. Para tranquilizar interlocutores, chegou a esticar a mão para mostrar que não estava abalado, segundo informações da Folha de S.Paulo.

30 segundos

O Senado aprovou rapidamente uma proposta da oposição para fiscalizar os Correios, apresentada por Damares Alves e relatada por Flávio Bolsonaro. A votação durou cerca de 30 segundos, sem debate, gerando críticas da base do governo, especialmente do senador Rogério Carvalho (PT-SE). A medida prevê investigação de irregularidades contábeis, gestão temerária, riscos operacionais e possíveis fraudes, com apoio do Tribunal de Contas da União.

A Comissão de Fiscalização, hoje presidida pelo PP, não pode convocar pessoas nem quebrar sigilos, apenas requisitar informações e elaborar relatórios. A oposição deve usar o tema para pressionar o governo, embora especialistas vejam o alcance do instrumento como limitado.

(Com Reuters, Agência Brasil, O Globo e Estadão)

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