O ouro voltou ao centro das atenções do mercado global nesta semana, ao ultrapassar pela primeira vez a marca de US$ 3.600 por onça. O movimento foi impulsionado pelos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos, reforçando a expectativa de que o Federal Reserve iniciará cortes de juros já na próxima semana.
Os contratos futuros negociados em Nova York para dezembro também acompanharam o rali, operando em torno de US$ 3.670,80. O cenário de política monetária mais “dovish”, aliado à pressão sobre o dólar e aos rendimentos mais baixos dos Treasuries, sustenta a busca pelo metal como ativo de proteção.
Além do ambiente macroeconômico favorável, a contínua demanda de bancos centrais — com destaque para a China, que ampliou em agosto sua sequência de compras pelo décimo mês seguido — reforça a tendência de valorização.
Analistas avaliam que, no curto prazo, o ouro pode estender sua alta em direção a US$ 3.700 / US$ 3.730, com eventuais recuos sendo vistos como oportunidade de compra. Contudo, um desempenho mais forte dos próximos indicadores de inflação e emprego nos EUA pode trazer ajustes a esse rali recente, aumentando a volatilidade do ativo.
Para entender até onde o preço do Ouro pode ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.
Análise técnica Ouro
No campo técnico, o ouro (XAU/USD) mantém trajetória de forte valorização em 2025, acumulando ganhos de mais de 38% no ano e alta superior a 5% apenas em setembro.
O ativo renovou seu topo histórico ao atingir máxima em torno de US$ 3.674, consolidando-se acima da faixa psicológica dos US$ 3.600. Essa escalada, no entanto, deixou os preços bastante afastados das médias de 9 e 21 períodos, configurando um cenário de sobrecompra e elevando a probabilidade de realização de lucros no curto prazo.
Para dar continuidade ao movimento comprador, será essencial superar de forma consistente o topo em US$ 3.674. Se confirmado o rompimento, os próximos alvos projetados situam-se em US$ 3.758 / US$ 3.809, podendo se estender até US$ 3.851 / US$ 3.893.
Por outro lado, caso prevaleça uma correção técnica, os suportes imediatos encontram-se em US$ 3.586 / US$ 3.500, com possibilidade de retração até US$ 3.439 / US$ 3.311, regiões que coincidem com zonas de suporte mais amplas e aproximação das médias móveis.
Assim, a estrutura segue positiva, mas com possíveis sinais de exaustão. O comportamento do ouro em torno do topo histórico será decisivo para indicar se o ativo terá fôlego para seguir renovando máximas ou se entrará em um movimento corretivo, ajustando os excessos da escalada recente.
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Suportes e resistências
Ouro
Com base na última sessão, o ouro conta com:
- Suportes de curto prazo em US$ 3.586 (1), US$ 3.500 (2) e US$ 3.439 (3);
- Resistências de curto prazo em US$ 3.674 (1), US$ 3.758 (2) e US$ 3.809 (3).
- Suportes de médio prazo em US$ 3.439 (1), US$ 3.311 (2) e US$ 3.200 (3);
- Resistências de médio prazo em US$ 3.851 (1), US$ 3.893 (2) e US$ 4.000 (3).
(Rodrigo Paz é analista técnico)
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