Após a Rede D’Or (RDOR3) firmar acordo com a Atlântica Hospitais, controlada indireta do Bradesco (BBDC4), para incluir seu hospital Glória D’Or, localizado no Rio de Janeiro, à rede de hospitais Atlântica D’Or, a operação passou a ser interpretada pelo mercado como um movimento estratégico que fortalece a parceria com o Bradesco Saúde, um dos maiores pagadores do país. O anúncio foi divulgado em fato relevante ao mercado na segunda-feira (1º).
O hospital, inaugurado em 2020 no bairro Glória, no Rio de Janeiro, possui atualmente 256 leitos, com expansão em curso que deve elevar a capacidade para 337 leitos. A Rede D’Or detém 50,01% da joint venture, enquanto o Bradesco Saúde possui 49,99%. A conclusão da transação depende de aprovações regulatórias habituais, consideradas mínimas pelos analistas.
O Itaú BBA avalia que a inclusão do Glória D’Or representa a entrada de um ativo maduro na joint venture sem divulgação da avaliação financeira, o que limita efeitos imediatos sobre o resultado da Rede D’Or.
Por outro lado, o banco aponta a importância estratégica do movimento, permitindo a acreditação ampla do hospital pelo Bradesco Saúde e consolidando a relação entre as empresas, o que poderia influenciar de forma positiva futuras operações, incluindo a aquisição do Fleury, laboratório e rede de diagnóstico com presença nacional. A perspectiva geral é positiva quando se considera o contexto da parceria e o potencial de crescimento conjunto.
O Bank of America (BofA) observa que a transação, embora pareça negativa isoladamente por envolver um hospital já consolidado, pode gerar oportunidades relevantes. A ocupação do Glória D’Or foi beneficiada pelo fechamento do Hospital Perinatal Laranjeiras, que redirecionou pacientes para a unidade.
A instituição considera que a parceria entre Rede D’Or e Bradesco pode viabilizar futuras expansões, novos hospitais ou operações envolvendo o Fleury. Hospitais já em operação dentro da Atlântica D’Or mostraram crescimento acelerado e margens atrativas, indicando potencial positivo para o Glória D’Or caso sua ocupação ainda não tenha alcançado o limite.
Já o JPMorgan reforça a avaliação positiva da operação, mesmo considerando que não trará efeitos financeiros materiais imediatos para a Rede D’Or. O banco diz que a transação fortalece a relação com o principal pagador do Brasil em prêmios e o segundo em número de vidas seguradas, junto à SulAmérica, e que o acordo de investimento pode acelerar a expansão e a utilização do Glória D’Or, alinhado à conclusão do projeto brownfield.
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Os recursos gerados pela operação podem ser direcionados aos acionistas por meio de recompras de ações, na ausência de grandes fusões e aquisições. Atualmente, a Atlântica D’Or reúne cinco hospitais, com potencial de inclusão de pelo menos mais dois ativos e ampliação do plano de expansão conjunta.
Recomendação
O BofA mantém a recomendação de compra (buy) para as ações RDOR3, indicando que vê potencial de valorização em relação ao preço atual de R$ 39,11. O preço-alvo definido pelo banco é de R$ 45, sugerindo que, segundo a análise deles, as ações podem subir cerca de 15% em relação ao valor de mercado.
As ações da Rede D’Or são negociadas a 15 vezes o preço sobre lucro (P/L) estimado para 2026, classificadas pelo JPMorgan como overweight (posição acima da média, indicando expectativa de desempenho superior ao mercado). O Santander e o Itaú BBA mantêm classificação outperform para RDOR3 (expectativa de desempenho acima da média do setor), com preço-alvo de R$ 34,50 e R$ 50, respectivamente.
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