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O café está diferente? Entenda por que o Brasil está mudando sua produção

O Café Está Diferente? Entenda por que o Brasil está Mudando sua Produção

O café do Brasil pode começar a ter um sabor um pouco diferente nos próximos anos. O país sul-americano é o maior produtor mundial de café arábica, uma variedade de grão mais suave. No entanto, com as mudanças climáticas dificultando o cultivo desses grãos, alguns produtores estão investindo no robusta, que gera um grão mais amargo, mas que tolera temperaturas mais altas e é mais resistente a doenças.

As regiões tradicionais de cultivo de café no Brasil, que produzem majoritariamente arábica, têm enfrentado secas mais intensas e frequentes, além de temperaturas mais elevadas. O arábica ainda é a principal exportação de café do país, mas a produção de robusta vem crescendo em ritmo mais acelerado: mais de 81% nos últimos 10 anos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Por que o Robusta?

Para o Brasil, o robusta representa uma oportunidade de continuar sendo o maior fornecedor mundial de café no futuro, mesmo com o agravamento dos efeitos das mudanças climáticas. Os problemas climáticos e as perdas no arábica foram os principais fatores que estimularam o crescimento do robusta.

  • A produção de café arábica no Brasil cresceu a uma taxa anual de cerca de 2% a 2,5% nos últimos três anos.
  • A produção de robusta aumentou aproximadamente 4,8% ao ano no mesmo período.
  • Na safra deste ano, o robusta registrou um crescimento de quase 22%, uma colheita recorde.

Isso demonstra que a produção de robusta se destaca pela maior capacidade de enfrentar condições climáticas adversas e também pela rentabilidade, segundo analistas.

Como os Produtores Estão Adaptando

Em regiões mais quentes do Brasil, onde o arábica não consegue prosperar, os produtores de café estão encontrando formas de cultivar robusta e mitigar o impacto das altas temperaturas. Uma dessas técnicas é o plantio das árvores de café sob a sombra de árvores nativas e outras espécies.

“Dessa forma, a planta permanece produtiva, mantém um pouco mais de umidade e não se degrada tão facilmente”, explica Jonatas Machado, diretor comercial da Café Apuí, produtor agroflorestal de café robusta na região amazônica.

O robusta tem maior concentração de cafeína e sabor mais forte que o arábica. No entanto, as gerações mais jovens dão menos importância ao tipo de café ou ao grau de torra, preferindo opções personalizadas, que incluem adição de leite, cremes e xaropes, que mascaram o sabor dos grãos.

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