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Nova York, STF e PIB: 3 fatores no radar do mercado que fizeram o Ibovespa cair 0,67%

Bolsa pregão def Ibovespa

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, contaminado pelo viés negativo em Wall Street, em pregão também marcado por dados mostrando desaceleração da economia brasileira e pelo começo do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, enquanto Cosan avançou em meio a notícias envolvendo a Raízen.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,67%, 140.335,16 pontos, tendo marcado 139.625,25 pontos na mínima e 141.279,12 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$21,17 bilhões.

Wall Street retornou do fim de semana prolongado pelo feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos com agentes financeiros melindrados em meio a uma nova incerteza na política comercial, após um tribunal federal de apelações considerar ilegal a maioria das tarifas do presidente Donald Trump.

O tribunal permitiu que as tarifas permanecessem em vigor até 14 de outubro para dar ao governo Trump a chance de entrar com um recurso na Suprema Corte dos EUA. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse na segunda-feira que o governo tem um plano B caso a Suprema Corte confirme a decisão.

Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 0,69%.

No Brasil, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta terça-feira sessão para julgar Bolsonaroe outros réus por tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral do então presidente na eleição de 2022.

O ministro Alexandre de Moraes, STF, disse que a corte atuará com imparcialidade no caso, sem aceitar intimidações de quem busca submeter a corte à vontade de um Estado estrangeiro.

De acordo com Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos, os investidores estão de olho no julgamento, na expectativa do desfecho, mas também buscando avaliar como será a repercussão tanto nacional como no exterior da decisão.

Moraes, que é o relator do processo contra Bolsonaro, sofreu sanções dos EUA recentemente sob a Lei Magnitsky, com o governo norte-americano acusando-o de autorizar prisões arbitrárias antes do julgamento e de suprimir a liberdade de expressão.

A pauta do dia também mostrou que a economia do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre ante os primeiros três meses do ano, ligeiramente acima de previsões no mercado, mas confirmando expectativas de enfraquecimento em meio à política monetária restritiva e antes do tarifaço dos EUA.

“Apesar de uma surpresa nos componentes exógenos, como agropecuária e Indústria Extrativa, nossa expectativa de uma desaceleração da atividade no segundo trimestre puxada pelos componentes da demanda doméstica se confirmou”, escreveram economistas do Bradesco em relatório a clientes.

“Os dados mais recentes de moderação econômica corroboram nossa projeção de um arrefecimento da atividade no segundo semestre. Esperamos aumento de 2,1% do PIB em 2025.”

DESTAQUES

  • BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) caiu 3,18%, em dia negativo no setor, com BRADESCO PN (BBDC4) recuando 1,16%, ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) perdendo 1,7% e SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) cedendo 0,39%. A terça-feira também incluiu evento online do Itaú, onde executivos detalharam mudanças no banco e apontaram perspectivas sobre os negócios. O presidente-executivo, Milton Maluhy, reforçou que o banco deve pagar dividendos adicionais no começo do próximo ano.
  • PETROBRAS PN (PETR4) fechou com acréscimo de 0,51%, apoiada pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent subiu 1,45%, a US$69,14. No setor, PETRORECONCAVO ON (RECV3) avançou 0,23% e PRIO ON (PRIO3) registrou variação positiva de o,05%, enquanto BRAVA ENERGIA ON (BRAV3), que também divulgou dados mensais de produção, recuou 1,19%.
  • VALE ON (VALE3) caiu 0,38%, tendo como pano de fundo variações modestas dos preços do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,06%, a 771,5 iuanes (US$107,86) a tonelada.
  • C&A ON (CEAB3) encerrou o dia negociada em baixa de 3,7%, em seus primeiros pregões na nova versão do Ibovespa, com papéis sensíveis a juros enfraquecidos diante da alta nas taxas dos contratos de DI. O índice de consumo .ICON recuou 0,98%.
  • COSAN ON (CSAN3) avançou 3,21%, tendo no radar anúncio de que avalia com a sócia Shell possíveis investidores interessados em uma transação para capitalização da empresa de combustíveis Raízen. O BofA cortou o preço-alvo da ação da Cosan a R$11, mas reiterou compra, citando que a empresa representa uma história única de reestruturação e desalavancagem na América Latina. RAIZEN PN RAIZ4.SA caiu 2,42%.
  • EMBRAER ON (EMBR3) valorizou-se 2,17%, referendada por relatório da XP Investimentos elevando o preço-alvo da ação de R$68 para R$73, enquanto manteve a recomendação neutra para os papéis, avaliando que o “valuation” já reflete fundamentos como o impulso positivo de novas encomendas recebidas pela companhia e o potencial de valor da Eve, a controlada que desenvolve veículos elétricos de pouso e decolagem verticais(eVTOLs).
  • MRV&CO ON (MRVE3) subiu 2,11%, enquanto o índice do setor imobiliário .IMOB apurou variação negativa de 0,08%. O UBS BB retomou a cobertura da companhia com recomendação de compra (de neutra antes) para as ações e preço-alvo de R$11 (de R$7 antes). “O pior já passou para a empresa, especialmente do ponto de vista da queima de caixa, enquanto seu desempenho operacional parece estar no caminho certo para se manter sólido, melhorando seus indicadores financeiros”, afirmou.

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