O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., protagonizou uma audiência tensa nesta quarta-feira (3) no Senado americano, onde foi duramente questionado sobre sua gestão e as recentes mudanças no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Kennedy, conhecido por seu ceticismo em relação às vacinas, afirmou que ninguém sabe ao certo quantos americanos morreram em decorrência da Covid-19, desafiando os dados oficiais que apontam mais de 1,2 milhão de óbitos desde 2020.
Durante o encontro, senadores democratas, como Ron Wyden e Mark Warner, acusaram Kennedy de promover teorias conspiratórias e de colocar em risco a saúde pública, especialmente das crianças, ao alterar políticas de vacinação e substituir especialistas do CDC por pessoas alinhadas a suas visões.
Wyden chegou a pedir que Kennedy fosse formalmente juramentado para garantir a veracidade de suas respostas, pedido que foi rejeitado pelo presidente da comissão.
Kennedy rebateu as críticas afirmando que o CDC “falhou miseravelmente” durante a pandemia e que as mudanças na agência eram “absolutamente necessárias” para combater o que chamou de “politização da ciência”.
Ele também defendeu o orçamento aprovado pelo governo Trump, que, segundo ele, não cortaria recursos do Medicaid, programa que oferece assistência médica a populações vulneráveis, apesar de estudos indicarem o contrário.
A audiência também contou com questionamentos do senador republicano Bill Cassidy, médico de formação, que expressou preocupação com o acesso às vacinas contra a Covid-19, especialmente os reforços, e criticou a postura de Kennedy em restringir a imunização.
O clima ficou ainda mais quente quando Kennedy e Cassidy discutiram sobre a eficácia e segurança das vacinas, com interrupções mútuas e acusações de desinformação.
O episódio ocorre em meio a uma crise interna no CDC, que viu sua diretora Susan Monarez ser demitida e vários altos funcionários renunciarem em protesto contra as mudanças impostas por Kennedy.
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