Previsão de Corte de Juros nos EUA

O Banco Inter projeta que o Federal Open Market Committee (Fomc) cortará os juros dos Estados Unidos em 0,25 p.p. na próxima reunião, apesar do “apagão” de dados oficiais devido à paralisação do governo. De acordo com André Valério, coordenador de pesquisa macroeconômica do Inter, o corte de juros é esperado para outubro e dezembro, com um corte adicional em 2026 sendo incerto.

A falta de dados oficiais torna os dados alternativos mais importantes para entender o estado atual da economia. Os dados disponíveis indicam uma continuidade do cenário observado antes da paralisação, com alguns demonstrando queda na criação de emprego e outros mostrando continuidade da situação sem sinais de piora.

Dados Alternativos

Os dados da ADP, empresa que coleta números de folha de pagamento do mercado privado, podem substituir em parte os indicadores que deixaram de ser divulgados pelo payroll. Em setembro, esses dados mostraram redução líquida de 32 mil vagas de emprego, o que indica “clara tendência de queda”.

• O índice de emprego temporário da American Staffing Association indica leve crescimento de 1,2% na contratação de trabalhadores temporários e em contratos de curto-prazo em outubro.
• O Fed de Chicago continua compilando estatísticas de trabalho, apesar do shutdown, o que aponta a taxa de desemprego de setembro variando marginalmente de 4,32% para 4,34%.

Pressão Inflacionária e PIB

Valério aponta que, ao mesmo tempo, ainda há pressões inflacionárias vindas das tarifas. Os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) divulgados até então apontam reaceleração na inflação de bens. Em contraste, o desempenho do PIB americano demonstra forte resiliência, com a estimativa (“nowcast”) do PIB do 3º trimestre feita pelo Fed de Atlanta projetando um crescimento anualizado de 3,9%.

Em resumo, o Banco Inter projeta que o Fed cortará os juros em 0,25 p.p. na próxima reunião, apesar do “apagão” de dados oficiais. Os dados alternativos indicam uma continuidade do cenário observado antes da paralisação, com pressões inflacionárias e um PIB resiliente.

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