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JPMorgan eleva EzTec e rebaixa 2 “queridinhas” entre construtoras; ações reagem

Construtoras

Com perspectivas de ventos macroeconômicos favoráveis, incluindo o ciclo eleitoral do Brasil e o início do ciclo de cortes de juros no país, o JPMorgan revisou suas estimativas para as construtoras brasileiras, recomendando que os investidores aumentem a exposição a risco em seus portfólios.

Embora exista o risco de antecipar um pouco essa mudança de preferência, devido ao momento positiva de Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), os analistas acreditam que, nos próximos 12 meses, a tese se mostrará correta, já que historicamente o desempenho das construtoras tem sido mais influenciado pelo sentimento do que pelos fundamentos. No ano, CURY3 salta 105% e DIRR3 avança 93%.

Como resultado, o banco está favorecendo empresas de maior beta com P/L (Preço sobre Lucro) baixo, como Tenda (TEND3), Cyrela (CYRE3) e EzTec (EZTC3), que estão sendo negociadas em ou abaixo de 6,0 vezes P/L para 2026, levando ao upgrade da EzTec de equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra).

Por outro lado, o JPMorgan rebaixou Cury e Direcional de compra para neutro devido ao upside (potencial de valorização) relativo menor e avaliação mais alta, acima de 8 vezes P/L para 2026.

Diante disso, a ordem de preferência do JPMorgan é: Tenda (TEND3), Cyrela (CYRE3), EzTec (EZTC3), Cury (CURY3), Direcional (DIRR3) e MRV (MRVE3).

As ações das construtoras reagem nesta terça-feira (9) à mudança de recomendação: Direcional caía 2,15%, Cury caía 1,56%, enquanto EzTec avançava 5,30% no início da sessão.

Destaques das empresas:

EzTec (EZTC3)

A recomendação de compra para a Eztec e preço-alvo de R$ 20,50, reflete sua avaliação relativamente atraente, com potencial de valorização de 34% até dezembro de 2026, e seu P/L projetado para 2026 de 6,1 vezes, inferior ao dos pares.

No lado positivo, apesar de não conseguir monetizar completamente seu patrimônio de forma plena, a Eztec vem apresentando lucro líquido positivo, acima das expectativas, sustentando a visão favorável do banco sobre a empresa. O banco espera que os lançamentos alcancem R$ 2,1 bilhões em 2025, um avanço de 30% em relação ao ano anterior em bases comparáveis.

Além disso, o estoque concluído da Eztec atualmente é de cerca de R$ 600 milhões e apresenta margens brutas saudáveis, o que indica que a venda desse inventário pode contribuir para a lucratividade da companhia, bem como para a geração de fluxo de caixa livre (FCF). A Eztec deve entregar mais de R$ 2,5 bilhões em projetos durante 2025/26, ajudando a acelerar a venda de estoques e o FCF.

Cury (CURY3)

O JPMorgan rebaixou a recomendação da Cury de compra para neutro e preço-alvo de R$ 40,50, com base exclusivamente na avaliação relativa da empresa e no potencial de valorização em comparação aos pares, já que a construtora mantém execução impecável, o maior ROE do setor e dividendos consistentes (yield esperado de 8% no próximo ano).

No entanto, diante do próximo ciclo de afrouxamento monetário e de potenciais mudanças no cenário político (em caso de vitória da direita no próximo ano), os analistas acreditam que os investidores estarão mais inclinados a investir em empresas com P/L menor do que na Cury.

Direcional (DIRR3)

Assim como Cury, o banco destaca que o downgrade se justifica pela avaliação relativa e menor potencial de valorização frente aos pares, pois grande parte dos bons resultados já está precificada. Embora os resultados devam continuar fortes, o upside das margens brutas recordes de 41,7% no 2T é limitado. Dividendos absolutos devem cair em 2026 devido à venda da RIVA. Com isso, o JPMorgan rebaixou recomendação para neutra e preço-alvo de R$ 18,50.

Tenda (TEND3)

O JPMorgan reiterou recomendação de compra para à Tenda, com preço-alvo de R$ 36,50, destacando seu potencial de valorização de 50% em relação ao preço-alvo para dezembro de 2026, assim como o bem-sucedido turnaround da empresa em seu negócio principal, evidenciado pelos resultados do 1S25.

O banco aponta também potencial de valorização adicional da subsidiária Alea (casas pré-fabricadas de madeira), avaliada em valor da firma (EV) de R$1,1 bilhão em transação recente, representando cerca de 30% do EV da Tenda para 2025, apesar de ainda não ter contribuído positivamente para os resultados, registrando prejuízo de R$ 45 milhões no 1S25.

A Tenda é a empresa de baixa renda com o menor P/L projetado para 2026 sob cobertura do JPMorgan, de 5,0 vezes, comparado a MRV, Cury e Direcional, que variam entre 6,1 vezes e 8,9 vezes.

Cyrela (CYRE3)

O JPMorgan vê a Cyrela como a melhor ação para aproveitar o próximo ciclo de afrouxamento monetário (início esperado em dezembro) e uma possível mudança na administração (eleições presidenciais em outubro de 2026), dado seu forte foco em renda média e alta e execução premium.

Analistas destacam que a Cyrela é uma empresa diversificada, com baixa renda representando 40% do lucro antes de impostos (EBT) dos últimos 12 meses, e também a ação mais líquida da cobertura, acima de US$ 25 milhões em (ADTV). Com isso, manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 40.

MRV (MRVE3)

Apesar de acreditar na recuperação, o rally de 25% no último mês e o P/L de 6,1 vezes limitam uma visão mais positiva do JPMorgan com MRV. O banco manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 10,50.

O lucro líquido previsto para 2026 é R$756 milhões, impulsionado pela melhora dos resultados financeiros e desalavancagem via venda da Resia.

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