O mercado financeiro abre setembro em compasso de cautela, após um rali que impulsionou os principais índices globais a novos recordes.
No Brasil, o fluxo comprador ainda sustenta o Ibovespa desde o suporte em 131.550 pontos. Porém, o índice já mostra sinais de fadiga ao atingir a máxima de 142.378 pontos, com o Índice de Força Relativa (IFR) se aproximando da região de sobrecompra e a formação de um candle de reversão na última sessão.
O alerta é claro: ou o movimento comprador confirma força rompendo resistências, ou cresce o risco de uma correção mais forte.
No câmbio, o dólar futuro acumula queda superior a 16% em 2025 e volta a testar mínimas relevantes.
Já em Nova York, a Nasdaq e o S&P 500 mantêm viés positivo, mas também começam a indicar fôlego limitado após semanas de alta contínua.
Entre as criptomoedas, o Bitcoin perdeu ritmo depois de renovar sua máxima histórica. A moeda digital entrou em movimento de realização e pode aprofundar a correção se perder zonas de suporte decisivas.
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Análise técnica do Ibovespa
O Ibovespa vem sustentando um movimento de alta consistente desde que tocou a região de 131.550 pontos, suporte que marcou o início de uma forte reação compradora. A partir dali, o índice acelerou as altas e renovou o topo na última sessão em 142.378 pontos, afastando-se consideravelmente das médias móveis de 9 e 21 períodos.
Esse afastamento, somado ao IFR em 67,50 pontos, sugere aproximação da zona de sobrecompra e eleva a chance de uma realização no curto prazo. O candle da última sessão deixou ainda uma potencial estrela cadente, padrão gráfico de reversão que reforça esse risco.
Para manter a tendência de alta, será necessário superar a região de 141.563 pontos e, em seguida, o topo em 142.378 pontos. Caso consiga, o índice tem como alvos projetados 143.995/144.800 pontos, com objetivo mais longo em 145.615 pontos.
No entanto, se perder a faixa de 141.000/140.380 pontos, pode iniciar movimento corretivo em direção a 139.200/137.058 pontos, e, em extensão, 133.875 e 131.550 pontos, que seguem como suportes mais relevantes.
Análise técnica do Dólar
O dólar futuro segue pressionado em 2025. Após atingir a resistência histórica de 6.704,5 pontos no final do ano passado, o ativo entrou em tendência de baixa acentuada e acumula até agora uma queda de 16,44% no ano.
Na última sessão, houve leve recuperação de 0,15%, com fechamento em 5.467 pontos, mas ainda negociando abaixo das médias móveis e mantendo a configuração técnica vendedora. O ativo chegou a renovar a mínima do ano em 5.437 pontos, região que será determinante para o próximo movimento.
Caso essa faixa seja rompida, o fluxo de baixa pode se intensificar, levando o dólar a testar os suportes em 5.405/5.378 pontos, com alvos mais longos em 5.322/5.287 pontos.
Por outro lado, uma reação só ganhará corpo se o ativo superar a faixa de 5.483/5.502 pontos, abrindo espaço para 5.550/5.565 pontos. Acima desse patamar, as projeções ficam em 5.612 e 5.716 pontos, níveis que poderiam indicar uma mudança temporária de fluxo.
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Análise técnica da Nasdaq
A Nasdaq tem mostrado recuperação expressiva desde a mínima de 16.542 pontos em 2025, movimento que devolveu força compradora ao índice e garantiu uma alta acumulada de 11,44% no ano, cotado atualmente a 23.415 pontos. No mês de agosto, registrou avanço de 0,85%.
Apesar do viés positivo, a Nasdaq começa a mostrar sinais de enfraquecimento. Já acumula duas semanas de leve baixa e, tecnicamente, rompeu para baixo a região das médias móveis. O nível de 22.959 pontos tornou-se suporte crucial: se perdido, pode acionar pivô de baixa e abrir caminho para correções mais profundas em 22.222/22.041 pontos, podendo buscar, em extensão, as regiões de 21.472 e 20.777 pontos.
Para retomar o movimento comprador, será necessário romper os 23.741 pontos, mirando o topo histórico em 23.969 pontos. Acima desse nível, as projeções apontam para 24.000/24.290 pontos e, no cenário mais otimista, 24.730/24.975 pontos.
Análise técnica do S&P 500
O S&P 500 segue trajetória semelhante. Desde a mínima de 4.835 pontos em 2025, iniciou forte recuperação e acumula ganhos de 9,84% no ano, com fechamento atual em 6.460 pontos. Em agosto, a alta foi de 1,91%.
O índice renovou recentemente o topo histórico em 6.508 pontos, mas perdeu força na última semana, fechando com leve baixa. Ainda assim, permanece negociando acima das médias móveis de 9 e 21 períodos, o que mantém o viés comprador no curto prazo.
Para seguir com o movimento de alta, será necessário romper novamente os 6.508 pontos, mirando projeções em 6.560/6.600 pontos e, posteriormente, 6.700 pontos. Já uma reversão dependerá da perda da região de 6.427/6.352 pontos, que abriria espaço para suportes mais baixos em 6.296/6.201 pontos e, em extensão, 6.147/6.059 pontos.
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Análise do Bitcoin
O Bitcoin renovou sua máxima histórica ao atingir US$ 124.474 recentemente, mas desde então entrou em movimento de correção. Em agosto, acumulou queda de 6,29%, embora ainda sustente ganho superior a 15% em 2025.
Atualmente, o ativo trabalha dentro de uma faixa de realização, com suporte decisivo entre US$ 107.429/105.100. Caso essa zona seja perdida, a pressão vendedora pode se intensificar, levando o BTC a testar US$ 100.000/97.895, com alvos mais longos em US$ 92.800 e US$ 88.765.
Para retomar o fluxo de alta, o ativo precisará superar inicialmente a faixa de US$ 111.980/117.426, mirando depois US$ 119.954 e, em caso de rompimento, o último topo em US$ 124.474.
IFR (14) – Ibovespa
O IFR (Índice de Força Relativa), é um dos indicadores mais populares da análise técnica. Medido de 0 a 100, costuma-se usar o período de 14. Leitura abaixo ou próxima de 30 indica sobrevenda e possíveis oportunidades de compra, enquanto acima ou próxima de 70 sugere sobrecompra e chance de correção.
Além disso, o IFR permite a aplicação de técnicas como suportes, resistências, divergências e figuras gráficas. A partir disso, segue as cinco ações mais sobrecomprados e sobrevendidos do Ibovespa:
(Rodrigo Paz é analista técnico)
Guias de análise técnica:
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