Após um segundo trimestre sem surpresas, refletindo o carryover de uma entrada saudável no 1T25 e taxas de evasão controladas, o Goldman Sachs reiterou recomendação de compra para Cogna (COGN3), Ânima (ANIM3), com preço-alvo de, respectivamente, R$ 3,50 e R$ 4,80. A Yduqs (YDUQ3), por sua vez, teve a classificação mantida em neutra e preço-alvo de R$ 15,50.
Por volta de 12h45, COGN3 subia 4,93%, a R$ 2,99; ANIM3 avançava 3,93%, a R$ 3,44; e YDUQ3 registrava valorização de 4,34%, a R$ 13,69. Os papéis de Ser Educacional (SEER3) e Cruzeiro do Sul (CSED3), não citados no relatório, também apresentavam alta, de 4,13%, a R$ 9,84, e 2,94%, a R$ 4,55, respectivamente.
Segundo relatório, todas as companhias sob cobertura permanecem comprometidas com a geração de caixa, especialmente ao reduzir exposição a financiamentos privados e a alunos pouco engajados academicamente, fatores que devem sustentar a reavaliação positiva do setor à medida que o mercado retoma confiança na manutenção dessa estratégia.
No caso da Cogna, o Goldman Sachs acredita que a ação ainda pode se beneficiar do impulso positivo de resultados e da redução de alavancagem ao longo do ano. Dessa forma, o banco manteve, em grande parte, suas estimativas de receita para a empresa, mas adotou uma visão ligeiramente mais positiva em relação às matrículas semipresenciais, após o novo marco regulatório para Educação a Distância (EaD).
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Apesar do impacto limitado na receita total da Kroton em 2025, o Goldman está mais construtivo quanto ao ciclo de matrículas de inverno, que deve superar a estimativa anterior.
O banco atribui o impulso a campanhas de marketing mais robustas da empresa e de outros grandes grupos educacionais, antecipando o novo marco regulatório da EaD. Essa dinâmica afeta principalmente cursos de enfermagem, que migrarão do modelo híbrido para totalmente presencial até meados de setembro, assim como cursos de administração, contabilidade e outros que não permitirão EaD integral no futuro.
Apesar de descontos promocionais mais elevados, o aumento da presencialidade deve elevar o ticket médio — por exemplo, Enfermagem em R$ 400 por mês contra R$ 207 por mês para o portfólio consolidado de EaD no último ano.
O Goldman Sachs projeta margem EBITDA (EBTIDA sobre receita) ajustada de 33,9% para 2025, alta de 0,2 pp ante modelo anterior, refletindo maior alavancagem operacional da Kroton após a revisão de receita e despesas de marketing menores que o esperado, devido à geração de conversões orgânicas pela campanha antecipada, reduzindo a necessidade de mídia paga.
As expectativas para a Vasta foram mantidas, enquanto o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreicação e amortização) da Saber foi ligeiramente revisado para baixo, considerando o desempenho abaixo do esperado no 2T25. O resultado financeiro anual foi revisado de 1,05 bilhão negativo para R$ 963 milhões, após a redução significativa de despesas financeiras decorrente de ações de gestão de passivos, com o 2T25 superando a expectativa em R$ 54 milhões. Combinado ao EBITDA revisado, isso elevou a expectativa de lucro líquido para 2025 em 10%, para R$ 696 milhões.
Ânima (ANIM3)
O Goldman ainda segue construtivo em relação ao processo gradual de desalavancagem da Ânima em 2025, tema central nas discussões com investidores, já que despesas financeiras líquidas consumiram cerca de 70% do EBIT (lucro antes de juros) dos últimos 12 meses.
Apesar da valorização expressiva de 110% no ano (+110%), a ação da Ânima ainda é negociada a 5,1 vezes P/L (Preço sobre Lucro) de 2026, considerado um bom ponto de entrada pelo banco.
A margem EBITDA consolidada do 2T25 não trouxe surpresas, mas apresentou composição diferente, com custos ligeiramente mais elevado e despesas administrativas enxutas. A administração reiterou que pretende alavancar escala operacional e otimizar despesas para financiar retenção de professores e melhorar a experiência estudantil, investindo estrategicamente em salas de aula para aumentar percepção de qualidade e taxas de retenção.
Com esses investimentos persistindo no segundo semestre, a margem bruta do Ânima Core foi reduzida em 2,3 pp para o segundo semestre. A otimização administrativa e a melhora do percentual de desistência acadêmica (PDA) devem compensar os custos mais elevados, mantendo a margem EBITDA ajustada praticamente inalterada, em 35,6% e 35,9% para 2025 e 2026.
Yduqs (YDUQ3)
No caso de Yduqs, o Goldman considera que a empresa está bem posicionada para forte captação de alunos, apoiada em sua marca consolidada e campanhas de marketing robustas, especialmente com mudanças regulatórias que exigirão maior presencialidade, como nos cursos de enfermagem.
O crescimento esperado para o segundo semestre já estava incorporado no modelo do Goldman, especialmente na categoria semipresencial, mantendo a receita líquida consolidada de 2025 praticamente inalterada em R$ 5,6 bilhões. Para 2026, a empresa deve continuar se beneficiando do impulso nas matrículas semipresenciais e presenciais, com combinação de volumes e mix de cursos que deve gerar crescimento de 8,4%da receita.
Apesar da margem EBITDA ajustada do 2T25 ter ficado abaixo do esperado, principalmente devido à valorização não caixa de ações do LTIP dentro de despesas de pessoal, a previsão para 2025 permanece em 33,2%, apoiada na melhora da rentabilidade no restante do ano.
O lucro líquido ajustado projetado para 2025 é de R$ 460 milhões, praticamente inalterado, ou R$ 1,75 por ação, ligeiramente acima do limite inferior da orientação da companhia de R$ 1,70 por papel. A Yduqs também deve atingir sua meta de FCFE para 2025 de R$ 540 milhões, beneficiada pelo desconto de recebíveis do PraValer e pela racionalização do capital de giro com recebíveis menores, à medida que reduz a exposição ao financiamento DIS (Desconto de Instrumentos de Crédito Estudantil).
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