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Globo: o que os resultados do 2º trimestre disseram sobre a gigante de televisão

fundos imobiliários, FIIs

A Globo, maior rede de televisão aberta no Brasil, não tem capital aberto na Bolsa do país, mas a companhia também divulga seus resultados, que são acompanhados de perto pelos investidores e refletem nos títulos de dívida (bonds).

O JPMorgan destacou que a Globo apresentou resultados mistos no 2º trimestre de 2025, com deterioração da lucratividade, mas métricas de crédito permanecendo fortes.

A receita totalizou R$ 4,472 bilhões, alta de 13% em relação ao mesmo período de 2024 e 9% sequencial, impulsionada por publicidade digital, contribuições da Eletromidia (ELMD3) e crescimento em produtos digitais como o Premiere Play. No entanto, os custos mais altos relacionados a eventos ao vivo, integração da Eletromidia e aumento de despesas administrativas (SG&A) reduziram o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para R$ 286 milhões, com margem caindo para 6,4% ante 10,6% no 2T24 e 15,7% no 1T25.

O fluxo de caixa livre (FCF) após dividendos foi de R$ 86 milhões, queda ante os R$ 1,174 bilhão do 2T24, devido à combinação de EBITDA menor e maiores investimentos (capex), apesar da receita financeira ainda elevada. A liquidez permanece um ponto forte, cobrindo a dívida em 2,0 vezes e com cronograma de amortização confortável. O portfólio de investimentos continua altamente líquido e gerador de renda.

Apesar da volatilidade causada por grandes eventos esportivos, o JPMorgan espera resultados estáveis e maior lucratividade à medida que a empresa transita para direitos esportivos não exclusivos, apoiando um balanço forte e métricas de crédito saudáveis.

O mercado de TV paga no Brasil segue em declínio, atingindo níveis próximos aos de 2016. No 2T25, havia 7,9 milhões de residências com TV por assinatura, ante 8,8 milhões no 1T25, o menor nível desde 2010. Apesar disso, a Globo mantém liderança na audiência média entre 7h e meia-noite, com 33% de participação de mercado, frente a 12% da Record e 7% do SBT. No streaming, o Globoplay apresentou crescimento de 30% no número de assinantes em relação ao 2T24, com receita estimada em alta de 12% no período.

Em relação aos títulos de dívida, os bonds da Globo apresentaram desempenho ligeiramente inferior aos pares, e o JPMorgan elevou a recomendação dos papéis com vencimento em 2030 de neutro para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), considerando que o desempenho recente abaixo da média é injustificada.

O banco espera que a Globo mantenha resultados estáveis e métricas de crédito saudáveis, com EBITDA estimado em R$ 2 bilhões para 2025, beneficiando-se da transição para direitos esportivos não exclusivos, que devem reduzir custos de forma relevante.

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