Tensões Diplomáticas: EUA e África do Sul em Desacordo sobre Declaração Conjunta no G-20
Os Estados Unidos alertaram formalmente a África do Sul para não pressionar pela emissão de uma declaração conjunta na cúpula do Grupo dos 20 (G-20) que ocorre em Joanesburgo. Esse impasse diplomático é particularmente constrangedor, pois é a primeira vez que o continente africano sedia um G-20.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o presidente dos EUA, Donald Trump, têm tido desentendimentos, especialmente após uma reunião no Salão Oval em maio, onde Ramaphosa foi repreendido diante das câmeras. Trump intensificou a disputa ao anunciar que não participaria da cúpula e seguiu com um boicote completo ao evento.
Posições Divergentes
Os EUA se opõem abertamente à presidência da África do Sul no G-20 e à sua agenda central de solidariedade, igualdade e sustentabilidade. Isso se soma às falsas acusações de Trump de que Pretória estaria cometendo genocídio contra os Afrikaners brancos e expropriando terras.
A África do Sul segue empenhada em obter uma declaração conjunta na cúpula, apesar da oposição dos EUA. O país tem buscado ampliar a agenda promovida por recentes presidentes do G-20 do chamado Sul Global — Indonésia, Índia e Brasil.
Apoio Internacional
O Brasil, por exemplo, apoia fortemente a existência de uma declaração conjunta. O embaixador Philip Gough, secretário de assuntos econômicos e financeiros do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, afirmou que a posição do Brasil é que devemos ter uma declaração.
Outros países, como a Alemanha, também apoiaram a presidência da África do Sul no G-20. A maioria dos países tem negociadores principais envolvidos nas negociações que acontecem na África do Sul.
Desafios nas Negociações
Os pontos de divergência nas negociações incluem a redação sobre questões de gênero e clima. A Argentina, aliada próxima dos EUA, tem resistido a referências tanto ao financiamento climático quanto aos acordos climáticos globais.
Em meio às crescentes tensões entre Pretória e Washington, a administração Trump impôs tarifas de 30% sobre exportações sul-africanas, azedando ainda mais as relações entre os dois países.
O ministro das Relações Exteriores da África do Sul, Ronald Lamola, afirmou que Pretória tem buscado repetidamente reparar o relacionamento, mas a agressão está do lado dos EUA.
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