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Embraer tem desconexão entre fundamentos e desempenho: é oportunidade de compra?

Apesar do fluxo notícias positivas, incluindo o maior pedido de E2 da história, a entrada nos EUA e a ausência de exposição às tarifas adicionais de 50% sobre o Brasil, a ação da Embraer (EMBR3) recuou 4% desde 8 de julho, enquanto índices de referência como Ibovespa, S&P 500 e Russell avançaram entre 3% e 8%. O JPMorgan avaliou que existe uma desconexão entre os fundamentos da Embraer e o desempenho das ações, o que representa uma oportunidade de compra.

O banco destacou ainda que a avaliação da Embraer está atrativa, com múltiplos de 9 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para 2026 ou 11,7 vezes EV/EBITDA 12 meses à frente, contra 19,5 vezes dos pares, resultando em um desconto de 40% em relação a companhias similares.

Segundo o JPMorgan, essa diferença é ainda maior ao analisar o EV/Backlog, apontando os níveis atuais como um ponto de entrada interessante para investidores, especialmente considerando o efeito transformador do pedido da Avelo na família E2 e o potencial de conquistar novos clientes nos EUA.

O EV/Backlog atual implica um prêmio de apenas 27% sobre o histórico, muito abaixo do prêmio pré-tarifas de 53%, o que deveria ser maior dado o efeito transformador do pedido da Avelo (redução de risco da família E2 e potencial para conquistar mais clientes nos EUA).

Com relação às tarifas, a Embraer trabalha para incluir o segmento de aeronaves brasileiro na faixa de tarifa zero, como já ocorreu com o Reino Unido e a União Europeia. Embora seja difícil prever o momento da medida, o JPMorgan acredita que há mais de 50% de probabilidade de que isso ocorra no médio prazo. Essa isenção poderia servir como gatilho para a Embraer revisar sua margem EBIT de 2025, atualmente projetada entre 7,5% e 8,3%.

O banco espera que a Embraer continue se beneficiando de novos pedidos no segmento comercial, incluindo potenciais encomendas da AirAsia, Ethiopian Airlines, Bangkok Airways e outras companhias.

No segmento de defesa, o C-390 deve continuar atraindo pedidos devido às suas vantagens competitivas em relação ao Hercules C130J da Lockheed Martin, como maior capacidade de carga e velocidade de cruzeiro máxima. As notícias indicam novos pedidos de pelo menos 15 unidades do C-390, provenientes de países como África do Sul, Finlândia e Grécia, o que adicionaria US$ 1,8 bilhão ao backlog nos próximos trimestres.

Além disso, o JPMorgan projeta resultados fortes para os próximos trimestres, refletindo a sazonalidade natural da empresa, com 60% das entregas concentradas no segundo semestre, e expansão de margens devido à maior alavancagem operacional e a um mix mais rentável.

Por fim, o banco americano reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 107.

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