Eleições no Chile: Crise na Segurança Impulsiona Ultradireita no País
No domingo, 16 de outubro, os chilenos foram às urnas para participar da primeira eleição obrigatória para presidente desde 2012. Com cerca de 15 milhões de eleitores aptos a votar, as pesquisas indicavam que um dos três nomes da direita deveria enfrentar a governista Jeannette Jara em um provável segundo turno.
A onda conservadora no Chile é impulsionada pelas crises migratória e de segurança. A criminalidade associada por muitos à imigração deu o tom da campanha, com o foco dos candidatos se baseando principalmente na percepção da sociedade de um aumento da violência. De acordo com a pesquisa Atlas Intel, 53,1% dos entrevistados consideram a insegurança e o narcotráfico como os principais problemas do Chile.
Percepção e Realidade
A doutora em Estudos Latino-Americanos, Alejandra Bottinelli, explica que há uma associação temerosa entre criminalidade e imigração no país. No entanto, ela destaca que atribuir o crescimento da criminalidade a toda a população imigrante é uma visão distorcida, pois a maioria dos imigrantes é trabalhadora e honesta. Estima-se que 337 mil imigrantes vivam irregularmente no Chile.
Embora o Chile seja considerado um dos países mais seguros da América do Sul, alguns tipos de crime têm aumentado nos últimos anos. Um relatório do Ministério Público chileno aponta que as taxas de homicídios para cada 100 mil habitantes têm crescido desde 2016, com um aumento de 42,8% entre 2016 e 2024.
Consequências e Perspectivas
Os candidatos mais radicais da direita, como Johanes Kaiser e José Antonio Kast, recorreram ao medo como instrumento para angariar votos. A má avaliação do governo de Gabriel Boric e a desvinculação entre os atuais conservadores e a ditadura de Augusto Pinochet também contribuíram para o impulso da direita.
As pesquisas indicam que Jara, do Partido Comunista, tem 26% da preferência, seguida por Kast (21%), Kaiser e Matthei (com 14%). Em um provável segundo turno, a situação que se desenha é diferente, com Jara sendo derrotada por qualquer um dos três candidatos da direita.
- A crise na segurança é um dos principais motivos para o impulso da ultradireita no Chile.
- A percepção da sociedade sobre a relação entre criminalidade e imigração é uma visão distorcida.
- O voto obrigatório pode influenciar o resultado das eleições.
Em resumo, as eleições no Chile são marcadas por uma onda conservadora impulsionada pelas crises migratória e de segurança. A percepção da sociedade sobre a relação entre criminalidade e imigração é uma visão distorcida, e o voto obrigatório pode influenciar o resultado das eleições.
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