Documentário “Itacoatiaras” Encerra Festival de Cinema na Suécia com Reflexão sobre Ancestralidade e Meio Ambiente
O documentário “Itacoatiaras”, dirigido por Sérgio Andrade e Patrícia Goùvea, encerrou a programação do Festival Panorâmica – Festival de Cinema Latino-Americano de Estocolmo, na Suécia, com uma recepção calorosa do público europeu. A produção marca sua estreia internacional no circuito de festivais e terá exibição no Brasil na 27ª edição do Festival do Rio, em outubro.
O documentário, com 73 minutos de duração, propõe um diálogo sensorial entre dois lugares brasileiros que compartilham o mesmo nome: o bairro de Itacoatiara, em Niterói (RJ), e o município de Itacoatiara, no Amazonas. Por meio de imagens imersivas e depoimentos de indígenas, ambientalistas, pesquisadores e crianças, o filme aborda temas como:
- Ancestralidades apagadas
- Especulação imobiliária
- Colapso ambiental
- A urgência de novos modos de existência
Segundo Patrícia Goùvea, “o filme é uma escuta dos territórios e da natureza. Não pretende provar nenhuma tese, mas sim propor uma aproximação afetiva entre dois lugares distantes no mapa, porém conectados em suas histórias de resistência, apagamento e ancestralidade indígena”.
O projeto nasceu em 2017, durante a residência artística Labverde, na Amazônia, e transformou-se de média-metragem em um longa documental de potência poética e política. As inscrições rupestres indígenas encontradas nas pedras do Rio Urubu e da Ponta do Jauary, no Amazonas, são um dos destaques visuais do filme.
A natureza não é cenário, mas protagonista: rios, matas, pedras e animais ganham voz e espaço como parte essencial da memória e da resistência territorial. “Acreditamos que esse filme pode contribuir com uma reflexão coletiva e sensível sobre as emergências climáticas, a preservação da memória ancestral e a construção de novos mundos possíveis”, completa Goùvea.
Com classificação indicativa livre, “Itacoatiaras” conta com equipe técnica formada por Gabriela Pascal, Valentina Ricardo e Fernando Crispim. Os realizadores planejam levar o filme para escolas, circuitos formativos e espaços culturais, ampliando o debate sobre pertencimento, preservação e identidade.
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