Discurso Brando de Galípolo Reduz Força das Taxas dos Juros Futuros
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, fez um discurso considerado brando por investidores, o que fez as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) perderem parte dos ganhos na quinta-feira. Isso ocorreu após a divulgação do Relatório de Política Monetária, que mostrou que o BC projeta uma inflação em 12 meses de 3,2% no terceiro trimestre de 2027, ainda um pouco acima do centro da meta contínua de 3%.
Galípolo destacou que o compromisso do BC é com a meta contínua de inflação de 3,0% e que as decisões são pautadas para atingir esse objetivo ao longo do horizonte relevante de política monetária. No entanto, ele também pontuou que as projeções são embutidas de incerteza e que há limitações para elas em um horizonte de 18 meses.
Os comentários de Galípolo foram vistos como brandos e mantiveram as chances de o BC cortar a Selic em 25 pontos-base no fim de janeiro. Em reação, as taxas dos DIs perderam força e chegaram a ceder no início da tarde. A taxa do DI para janeiro de 2028, que marcou a máxima de 13,440% (+18 pontos-base) às 9h56, cedeu para 13,210% (-5 pontos-base) às 13h05, já após os comentários de Galípolo.
Os profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que os comentários sobre a política monetária foram brandos e que o comunicado do Copom foi duro. No entanto, houve um esforço de Galípolo em ancorar mais as expectativas nos dados econômicos, o que justificou a perda de força das taxas na esteira dos comentários do presidente do BC.
Além disso, o cenário político também seguiu no foco, com a candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência impulsionando as taxas dos DIs na quarta-feira. No entanto, uma pesquisa AtlasIntel para a Bloomberg indicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém a liderança de intenções de voto nos cenários para a eleição presidencial de 2026.
Em resumo, o discurso brando de Galípolo reduziu a força das taxas dos juros futuros, mantendo as chances de corte da Selic em janeiro. O cenário político e econômico continua incerto, com a inflação e os juros sendo os principais fatores a serem considerados.
- A taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 13,845% ante o ajuste de 13,83% da sessão anterior.
- A taxa do DI para janeiro de 2035 marcava 13,735%, ante o ajuste de 13,700%.
- O BC projeta uma inflação em 12 meses de 3,2% no terceiro trimestre de 2027.
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