A tentativa do presidente dos EUA, Donald Trump, de demitir a diretora do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook, e a judicialização do caso dominaram a última semana. No setor corporativo, o destaque foi a fabriante de chips Nvidia, que mesmo superando as estimativas de receita caiu na sessão pós-balanço.
Na front econômico, a inflação PCE subiu 0,3% em julho, em linha com as expectativas do mercado, reforçando a expectativa de que o Fed possa reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base em setembro. Já no Brasil, o governo Lula enviou seu projeto de lei orçamentária para 2026 visando um superávit fiscal primário de 0,25% do produto interno bruto (PIB), considerado ambicioso por investidores devido às pressões de gastos antes das eleições.
Os preparativos para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa nesta terça-feira (2), também dominaram o noticiário.
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Confira um resumo das notícias para começar esta semana por dentro do que passou:
Interferência no Fed
O presidente dos EUA, Donald Trump, demitiu a diretora do Fed, Lisa Cook, alegando impropriedades em empréstimos hipotecários. Em resposta, Cook entrou com ação judicial para contestar a decisão. A primeira audiência terminou sem definição, mantendo-a no cargo por enquanto. O caso, que pode chegar à Suprema Corte, arrisca afetar a independência do Fed na definição da política de juros, essencial para o controle da inflação.
Balanço da Nvidia
A Nvidia (NVDC34), fabricante de chips e empresa de capital aberto mais valiosa do mundo, previu uma receita modesta para o terceiro trimestre, aumentando as preocupações de que o forte crescimento nos investimentos em inteligência artificial esteja desacelerando. Segundo previsão, as vendas no terceiro devem ficar em torno de US$ 54 bilhões. Embora esse valor esteja alinhado com a estimativa média de Wall Street, alguns analistas esperavam mais de US$ 60 bilhões.
A previsão não inclui a receita do segmento de data center na China, mercado no qual a Nvidia enfrenta dificuldades devido às restrições de exportação dos EUA e à pressão contrária do governo de Pequim.
Inflação nos EUA
O núcleo do índice PCE subiu 0,3% em julho, mantendo o mesmo ritmo de junho, e avançou 2,9% em 12 meses, em linha com as expectativas de economistas consultados pela Reuters. O resultado reforça a expectativa do mercado de que o Federal Reserve possa reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base em setembro. Segundo a plataforma de monitoramento do CME Group, indica chance de corte em setembro de 87,2%.
Orçamento 2026
O projeto de Orçamento de 2026, enviado ao Congresso nesta sexta-feira, projeta superávit de R$ 34,5 bilhões, próximo ao centro da meta fiscal de 0,25% do PIB (R$ 34,3 bilhões). O documento também estima crescimento de 2,44% do PIB no próximo ano. O resultado primário considera a dedução de R$ 57,8 bilhões em precatórios, que não entram na meta fiscal por decisão do STF.
Julgamento de Bolsonaro
O STF prepara um esquema de segurança robusto para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado, que começa na terça-feira (2) e vai até 12 de setembro, incluindo o feriado da Independência. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o Supremo requisitou cerca de 30 policiais de tribunais de outros estados para reforçar a segurança. Esses agentes, somados ao efetivo integral da Polícia Judicial do STF, atuarão 24 horas por dia e já dormem em dormitórios improvisados dentro da sede da Corte, em Brasília. A preparação considera experiências passadas, como a invasão da Corte em 8 de janeiro de 2023 e manifestações que romperam barreiras de segurança em 2021 e 2022.
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, integram o grupo o deputado federal Alexandre Ramagem; o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; o general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
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