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Dados de indústria mostram queda da produção de cerveja – e ação da Ambev sofre na B3

Ambev

As ações da Ambev (ABEV3) se destacaram entre as maiores baixas do Ibovespa na sessão desta quarta-feira (3). Os papéis ABEV3 caíram 2,14%, a R$ 11,90, após chegarem a cair mais de 3% mais cedo.

O movimento ocorre após a divulgação dos dados de produção industrial de bebidas referentes a julho de 2025 pelo IBGE, dos quais mais de 90% se referem à cerveja. No mês, os volumes caíram 15% em relação ao ano anterior e 5% em relação ao mês anterior.

A forte contração em relação ao ano anterior é, em parte, consequência de comparações difíceis, mas este ainda foi o resultado de produção mais fraco para um mês de julho desde 2015.

Para o Bradesco BBI, esta é mais uma prova de como a indústria brasileira de cerveja está desacelerando. Embora os dados mensais de produção possam ser voláteis, o número acumulado no ano também caiu 3,6% em relação ao ano anterior, enquanto a produção nos últimos doze meses caiu 3% em relação ao ano anterior.

“Acreditamos que ambos os números comprovam um ambiente de consumo mais fraco. Enquanto isso, a inflação da cerveja se recuperou (atualmente alta de 0,4% em relação ao ano anterior em termos reais), com a Ambev e seus concorrentes aumentando os preços, mas acreditamos que o espaço para novos aumentos de preços deve ser significativamente limitado por um ambiente de consumo mais lento”, avalia o banco.

Curiosamente, ressalta, a diretoria da Heineken participou de uma conferência com consumidores ontem e enfatizou que a indústria cervejeira brasileira enfraqueceu desde o segundo trimestre, com persistência no segundo semestre.

Eles acrescentaram que o Brasil historicamente se mostrou mais volátil do que o México e, embora ambos os mercados pareçam estar enfraquecendo, a percepção do BBI é de que o Brasil pode estar apresentando desempenho inferior. “Apesar disso, a empresa permanece otimista quanto aos fundamentos de longo prazo no Brasil, e a nova cervejaria Passos é mais um sinal do comprometimento da Heineken com o país (o Brasil se tornou um dos três maiores contribuintes para o lucro da empresa)”, avalia.

O banco acredita que a combinação de um setor mais fraco, um cenário competitivo mais acirrado e o aparente espaço limitado para novos aumentos de preços devem ser desafiados para a empresa. O BBI tem recomendação neutra para os ativos.

Já o Goldman Sachs tem recomendação de venda para ABEV3. O banco atribui os dados fracos do IBGE a uma combinação de concorrência intensa, ajustes relevantes de preços, condições climáticas adversas, cenário macroeconômico fraco e mudanças nos padrões de consumo.

“Como a Ambev normalmente opera com mais de um mês de estoques de produtos acabados, esperamos que essa impressão se traduza em volumes negativos em agosto, adicionando riscos de queda à nossa projeção de crescimento anual de -1% no volume de cerveja no Brasil para o terceiro trimestre”, aponta.

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