Copilotos de IA: da Automatização à Cointeligência
A discussão sobre inteligência artificial tem sido dominada por um vocabulário centrado na automatização, com foco em substituir tarefas manuais, cortar custos e acelerar fluxos. No entanto, essa narrativa representa apenas uma fração do real potencial da IA. A criação de copilotos de IA, sistemas projetados para aumentar a capacidade humana, pode representar uma virada de chave, atribuindo valor à colaboração.
Os copilotos de IA tendem a mudar a lógica acerca da utilização e percepção da tecnologia, ampliando a capacidade de ação humana. De acordo com um relatório da DataIntelo, o mercado global de copilotos de IA aplicados a fluxos de trabalho foi avaliado em US$ 3,2 bilhões em 2024, com expectativa de atingir US$ 28,3 bilhões até 2033.
- A integração de tecnologias avançadas de Machine Learning e processamento de linguagem natural permite que copilotos forneçam recomendações personalizadas e aprimorem a produtividade.
- Um exemplo da utilização desses assistentes é o hospital Chi Mei Medical Center, em Taiwan, que utiliza copilotos de IA para dar suporte a médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde em tarefas administrativas e de documentação.
- Os resultados incluem a duplicação do número de atendimentos diários por farmacêuticos, a redução do tempo de documentação por enfermeiros e a diminuição do tempo de produção de relatórios por médicos.
A utilização de copilotos contribuiu para a humanização dos pacientes, permitindo a compilação de informações de bancos de dados fragmentados e lembrando aos profissionais como demonstrar empatia. A cointeligência, um conceito desenvolvido pelo professor Ethan Mollick, refere-se à colaboração entre humanos e máquinas, onde o valor surge na interação e no “entre”.
A ideia de cointeligência se liga diretamente ao conceito de IA aumentada, que se refere à expansão das capacidades e da inteligência humanas, potencializando a criatividade, tomada de decisão e eficiência. Os copilotos de IA não representam apenas mais uma etapa na curva de implementação da tecnologia, mas um novo paradigma de colaboração, sobretudo no âmbito corporativo.
O futuro da inteligência artificial não será uma escolha entre aumento e autonomia, mas a convivência estratégica entre ambos, cabendo às organizações e aos profissionais compreender onde cada uma das abordagens pode gerar mais valor.
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