Eleições no Chile: Esquerda Lidera o 1º Turno, mas Direita Tem Chance de Virada
O Chile realizou uma eleição presidencial marcada por incerteza e volatilidade. A candidata de esquerda, Jeanette Jara, lidera o primeiro turno, mas enfrenta um cenário adverso nas projeções para a segunda etapa da disputa. De acordo com um levantamento da Atlas Intel, Jara tem 32,1% das intenções de voto, seguida por José Antonio Kast, com 18,1%.
A etapa inicial dificilmente definirá o vencedor, pois há oito nomes na disputa. A mesma pesquisa também mostra Jara sendo derrotada em todos os cenários simulados de segundo turno, inclusive contra Kast e Matthei. Além disso, a sondagem registra queda em relação a junho, quando ela tinha 38%.
Possibilidade de Virada no 2º Turno
A possibilidade de a líder do primeiro turno perder a eleição final se conecta a um fenômeno descrito pelo jornal El País, que identifica um padrão de alternância no comando do país ao longo dos últimos 20 anos. Segundo a publicação, nenhum presidente consegue transferir o cargo a um sucessor do mesmo alinhamento político desde 2006.
Se o segundo turno confirmar a vantagem dos nomes da direita, o Chile repetirá esse movimento pendular, encerrando o período da coalizão governista de Gabriel Boric e abrindo caminho para um novo ciclo conservador. A análise do El País aponta que essa oscilação está associada ao distanciamento entre partidos e sociedade, além do desgaste acumulado após anos de tensões sociais e processos constitucionais frustrados.
Fatores que Influenciam a Eleição
Os últimos anos foram marcados por duas tentativas frustradas de reformar a Constituição herdada da ditadura, rejeitadas pela população em 2022 e 2023. Esses episódios ampliaram a percepção de impasse político e contribuíram para a queda de confiança nas instituições, afetando diretamente o governo de Boric.
- Retorno do voto obrigatório, que adiciona imprevisibilidade à eleição.
- Baixa fidelidade partidária entre os eleitores, o que torna mais difícil prever quem avançará com vantagem para a fase decisiva.
- Desgaste político e incerteza eleitoral, que podem influenciar a decisão dos eleitores.
A pesquisa da Atlas Intel ouviu 3.118 eleitores entre 10 e 14 de novembro e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
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