A Presença de Bandidos de Outros Estados no Rio
A recente megaoperação das forças de segurança no Rio de Janeiro revelou um cenário de guerra, com o uso de drones para lançar granadas contra os agentes. Além disso, a operação também mostrou que o tráfico de drogas no estado está sendo reforçado por criminosos de outras regiões do país, que vêm para o Rio em busca de abrigo nas favelas.
De acordo com a Polícia Civil, dos 113 presos durante a operação, pelo menos 33 eram de fora do Rio de Janeiro. A origem de 28 deles foi identificada, com 18 sendo da Bahia, três de Pernambuco e quatro do Pará. Outros três foram reconhecidos como vindos de Santa Catarina, Espírito Santo e Maranhão.
As forças de segurança também encontraram armas com inscrições como “CV AM” (Comando Vermelho do Amazonas) e “Tropa de Manaus”, o que sugere que os criminosos de outros estados estão se integrando ao tráfico carioca. Um pastor da Penha, que preferiu não ser identificado, afirmou que é comum ver forasteiros na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, no Complexo da Penha.
- Os criminosos de fora do estado precisam colaborar com a proteção do território, fazendo “plantões” e exibindo armamentos pesados.
- A cúpula do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha determina que traficantes da facção oriundos de outros estados deem plantões portando fuzis na mata da Serra da Misericórdia.
- Os traficantes forasteiros são obrigados a pagar uma taxa semanal de R$ 250 para se estabelecer no Rio, ou então tirar um plantão “na mata” com um fuzil.
O subsecretário operacional da Polícia Civil, Carlos Oliveira, confirmou que muitas lideranças de fora já foram identificadas no Rio, e que elas encontram relativa tranquilidade para manter os negócios e ordenar execuções em seus estados de origem.
A identificação dos 121 mortos na megaoperação ainda é um desafio para as autoridades, especialmente porque muitos deles são de outras regiões do país. A Defensoria Pública enfrenta o que classifica como o maior desafio da operação de “guerra” para identificar os mortos, devido à quantidade de vítimas vindas de outros estados.
A defensora Mirela Assad, que coordena a atuação de mais de 40 funcionários do órgão no local, afirma que a procura por pessoas sem vínculos familiares diretos com os mortos tem sido muito maior do que o esperado. Isso torna o processo de identificação e liberação dos corpos ainda mais complexo.
Este conteúdo pode conter links de compra.
Fonte: link
 
				